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Fly me to the moon

50 anos depois, o programa espacial foi para o espaço

Por José Paulo Cavalcanti Filho
Atualizado em 30 jul 2020, 19h34 - Publicado em 12 jul 2019, 12h00

16/7/1969. No Grande Salão, junto ao Refeitório Central da Universidade de Harvard, muitos estudantes. E alguns professores. Nos autofalantes, repetidamente, Fly Me to the Moon (na voz melosa de Sinatra), que virou hino do programa espacial americano. Enquanto víamos, na TV, o primeiro homem chegar à lua. Audiência enorme. Durante anos, foi o quarto evento entre os 10 com mais telespectadores, segundo François Mariet (La Télévision Américaine). Depois do último episódio da série M.A.S.H. (com Elliott Gould), o mais visto; e oito Superballs (futebol americano). Sacramentando uma vitória na batalha espacial contra a então União Soviética.

Dois dias depois, as televisões deram ainda mais destaque a outro episódio. O do acidente com Edward Kennedy, em que morreu sua namorada Mary Jo Kopechne. Dentro de um carro, mergulhado em rio de Edgartown. Os jornalistas que vieram cobrir os astronautas foram todos para Massachusetts. E se a chegada na lua mudou a história do mundo, aquela mudaria a do país. Porque um Kennedy jamais voltaria a entrar na Casa Branca. O segundo irmão, Bobby, acabara de ser assassinado, em 6/6/1964, logo após uma prévia da Califórnia. E o terceiro Kennedy, por conta de álcool e outros vícios, agora morria politicamente.

Voltando aos astronautas, é preciso dizer que o fausto de antes é hoje, usando palavras de mestre Drummond (Confidências do Itabirano), só “um retrato na parede”. Que, 50 anos depois, o programa espacial foi para o espaço. Literalmente. Tudo começou em 2017, quando Elon Musk mandou ao espaço um carro Tesla Roadster, vermelho, conversível, com um boneco dele próprio ao volante. Em um como que Satélite que já passou por Marte e segue, agora, para o Cinturão de Asteroides (Júpiter).

Fato é que, enquanto um foguete americano não sai por menos que 350 milhões de dólares, Musk, o sul-africano da SpaceX (e da Tesla), consegue fazer o mesmo com um quinto desse valor. Pois, enquanto o dos americanos se desintegra no voltar à terra, o dele (Falcon Heavy) retorna para um pouso vertical. Onde partiu. Na terra. Ou em drones flutuantes no Pacífico. Seu custo é, basicamente, só combustível. Uma das plataformas é conhecida como Of course I still love you (É claro que ainda te amo). E o navio-drone, Just Read the Instructions (Apenas Leia as Instruções), uma provável homenagem ao falecido escritor escocês de ficção científica Iain M. Banks. Musk é um sujeito divertido.

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A lição a tirar disso tudo é que a economia reina. Os Estados Unidos abandonaram a fabricação de foguetes por não serem capazes de competir. Pagam a Musk, um estrangeiro, pelo envio de seus satélites ao espaço. E ainda lhe alugaram o Centro Espacial John F. Kennedy, a base de Vandenberg e o Cabo Canaveral. No Brasil, tenho dúvidas se faríamos algo assim. Para muitos, seria crime de lesa pátria. Mas seria mesmo?, eis a questão. Deveríamos pensar mais responsavelmente, e com ideologias à parte, sobre questões como essa, em que o nacionalismo sai caro. Correios, algumas outras estatais, por aí.

P.S. A NASA não confirma essa história. Mas consta que Neil Armstrong, ao voltar para o módulo lunar Apolo 11, disse a frase “Boa sorte, Mr. Gorsky”. Ninguém entendeu. Em 5/7/1995, numa entrevista em Tampa Bay, o astronauta teria esclarecido. Indo buscar uma bola de beisebol, que caíra perto ao quarto dos Gorsky, ouviu sua mulher dizer: “Sexo oral? Só quando o filho do vizinho pisar na lua”. Sem notícias de que, afinal, Mrs. Gorsky tenha atendido aquele pedido e levado seu amado marido to the moon.

José Paulo Cavalcanti Filho. jp@jpc.com.br 

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