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Por Coluna
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Ficção e Realidade

Psicanálise da Vida Cotidiana

Por Carlos de Almeida Vieira
Atualizado em 31 jan 2018, 16h00 - Publicado em 31 jan 2018, 16h00
Emoções (Thinkstock/VEJA/VEJA)

Hoje espero que o leitor atente para o fato de que desde criança, criamos um mundo de “mentiras”, “enganos” e “sombras” até que possamos reconhecer a diferença entre imagem real e imagem fantasiada das pessoas e objetos.

Um ciumento patológico é capaz de ter alucinações e histórias para provar que está sendo traído pela pessoa querida; um fóbico inventa que o elevador vai despencar caso ele entre; uma pessoa profundamente desconfiada, qualquer dúvida ou incerteza que tenha cria um mundo imagético de perseguição.

O crescimento psíquico pode ser medido pela capacidade que temos de saber o que é “engano” e o que é “verdade”. Claro, não me refiro à verdade absoluta, pois essa é inatingível; aquilo que Kant denominou de “a coisa em si”, e que Clarice Lispector chamou de “it”, aquilo que está atrás do pensamento. Jorges Luis Borges, citado no Dicionário de Borges, de Carlos R. Sortini, afirmou aos jovens: “A realidade não é somente aparência, mas sentimento e também imaginação, e o mundo não é um caos, mas um labirinto, um cosmo que se oculta, e temos a tarefa de descobri-lo”.

Na experiência psicanalítica, no dia a dia da escuta das histórias no divã, somos acostumados a sentir e observar como sofrem as pessoas em função da imaginação, da percepção destorcida dos fatos! Sabemos, no entanto, que é um fato meramente humano se defender da dor psíquica que a realidade nos impõe, e com isso usaremos sempre defesas, métodos de encobrimento, no sentido de tentar se livrar das angústias. Com isso, fantasiamos, inventamos, até podermos saber discriminar a força das fantasias, mais doloridas do que o peso da realidade. Para tentarmos nos enganar menos, o trabalho psicanalítico oferece a nomeação, a possibilidade de encontrar as palavras no sentido mais perto da verdade.

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Deixo o leitor com um belo poema de Drummond chamado A palavra:

“Já não quero dicionários/ consultados em vão./, Quero só a palavra/que nunca estará neles/nem se pode inventar./ Que resumiria o mundo/e o substituiria./Mas sol do que o sol,/dentro da qual vivêssemos/todos em comunhão,/mudos,/saboreando-a.”

Carlos de Almeida Vieira é alagoano, residente em Brasília desde 1972. Médico, psicanalista, escritor, clarinetista amador, membro da Sociedade de Psicanálise de Brasília, Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo e da International Psychoanalytical Association

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