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Por Coluna
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Fernando Pessoa e o Brasil (I de II)

Nação irmã e amiga

Por José Paulo Cavalcanti Filho
Atualizado em 30 jul 2020, 19h22 - Publicado em 18 out 2019, 11h01

Lisboa. Em seu Ultimatum (1917), Pessoa não falou bem de nós: “E tu, Brasil, república irmã, blague de Pedro Álvares Cabral que nem te queria descobrir”. Mas elogiou, depois. Como está no título de artigo que escreveu para Notícias Ilustrada (1929), em que nos considera “Brasil, nação irmã e amiga”. Tudo por conta de sua natureza contraditória. Aqui seguem algumas opiniões do poeta que valem para nosso país, hoje. Com pequenos comentários que me permiti fazer, em seguida:

BRASIL: “Sociologicamente, não há Brasil” (Carta a Eurico de Seabra, 31/4/1916). Sociologicamente, há muitos brasis.

CALAR: “Quem sente muito, cala” (Sem título, 1928). E quem cala sempre, sente muito.

CAPITALISMO: “Não é o capitalismo, nem a burguesia, nem nenhuma outra dessas fórmulas vazias que está morrendo” (A crise europeia e o futuro império de Israel). Quem está morrendo, pouco a pouco, são nossas esperanças.

CONVERSA: “Toda boa conversa deve ser um monólogo de dois” (Livro do desassossego). No zap, todo monólogo é conversa com todo mundo.

CRÍTICA: “Não sou tão orgulhoso a ponto de desprezar completamente uma opinião diferente da minha própria” (Carta a um editor inglês, sem data). Nem tão humilde a ponto de aceitar completamente essa opinião.

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DEMOCRACIA: “A democracia é o mais estúpido de todos os mitos” (A crise europeia e o futuro império de Israel). Mais estúpido ainda é não acreditar na democracia.

DESTINO: “O destino humano é ser escravo” (Adiamento). Mas nada supera o desatino da liberdade.

DEUS: “Deus sou eu” (Livro do desassossego, Grandes trechos). Em Brasília, quando acordam, quase todos repetem essa frase.

ESCRÚPULO: “O escrúpulo é a morte da ação” (Nota solta, sem data). Já a falta de escrúpulo, quase sempre dá lucro. E, só umas poucas vezes, cadeia.

ESTADISTA: “Saber iludir-se bem é a primeira qualidade do estadista” (Livro do desassossego). E iludir-se completamente, a pior.

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EXPLICAÇÃO: “Isso não é uma desculpa; mas, ao menos, é uma explicação” (Textos suplementares). Problema é ser essa explicação, quase sempre, apenas uma desculpa.

FILOSOFIA: “Filósofos são homens doidos” (O guardador de rebanhos). E filósofos brasileiros, que moram nos Estados Unidos, mais doidos ainda (continua).

José Paulo Cavalcanti Filho

jp@jpc.com.br

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