Assine VEJA por R$2,00/semana
Imagem Blog

Noblat Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO

Por Coluna
O primeiro blog brasileiro com notícias e comentários diários sobre o que acontece na política. No ar desde 2004. Por Ricardo Noblat. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
Continua após publicidade

Dúvida e instabilidade

O país já sabe as consequências de se ter um presidente da República investigado

Por João Bosco Rabello
Atualizado em 30 jul 2020, 19h21 - Publicado em 2 nov 2019, 11h00

Se foi mais uma manobra diversionista para desorientar as investigações, a tentativa de envolver o presidente da República nos assassinatos da vereadora Marielle Franco e Anderson Gomes, terá sido o auge de um enredo que parece não ter limites.

Não deixa de ser estranho que o Ministério Público do Rio, mesmo com a comprovação de que o porteiro do condomínio onde tem residência Jair Bolsonaro mentira, insistisse em tornar o presidente da República mais um investigado pelo duplo homicídio.

Por experiência recente, o país já sabe as consequências de se ter um presidente da República investigado. Assim o governo de Michel Temer foi paralisado adiando, entre outras, a reforma da previdência. Na prática, Temer perdeu poder político e a retomada da economia recomeça um ano depois, quando ele acaba de ser absolvido

A gravidade de uma acusação contra o presidente da República, pelo dano que provoca ao país, impõe respaldo consistente. O episódio também é agravado pelo vazamento de processo em segredo de justiça, outro expediente inteiramente banalizado, principalmente por não gerar consequências.

O crime contra a vereadora e seu motorista, há mais de um ano, esteve sempre envolvido em mistério, versões desencontradas, mandantes suspeitos e, mesmo assim, a resistência à federalização das investigações permanece por parte do Ministério Público do Rio e do Psol, legenda que abrigava Marielle.

Continua após a publicidade

Se menos emocional no seu desabafo contra a tentativa de envolvê-lo a partir de um depoimento falso, o presidente Jair Bolsonaro poderia ter se alinhado aos que defendem a federalização das investigações, como já pediu a família de Marielle.

A ex-Procuradora-geral da República Raquel Dodge tentou sem êxito a federalização, sendo obstruída pelo próprio MP do Rio de Janeiro. Antes, o então ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, trabalhou no mesmo sentido. Agora, com mais um episódio mal explicado é difícil compreender a oposição a que a investigação seja conduzida em outras bases.

Um enredo com muitos suspeitos e poucos resultados acrescenta agora à lista nada menos que o presidente da República. Cessa a investigação, fica a suspeição, que não pode se estender no tempo.

Até aqui, a retomada da economia parece preservada do que se afigurava um escândalo, mas não passou de fake news . Mas a tentativa de investigar o presidente da República sem elementos consistentes para tal ficou no ar. A dúvida e a desconfiança não fazem bem à política e, menos ainda, à economia, que não pode prescindir da primeira para seu resgate.

Continua após a publicidade

O país parece viver um tempo de banalização também dos discursos radicais, como foi o caso desta quinta-feira em que o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), superestimando seus poderes, ameaçou com a volta do AI-5, em caso de radicalização dos movimentos de esquerda.

A declaração do novo líder do PSL tem por base os distúrbios recentes no Chile e em alguns países da América Latina. Mais uma vez fica a dúvida sobre o aval do presidente ao filho, como em todas as manifestações produzidas no âmbito familiar.

É uma declaração contra a ordem constitucional que mereceu imediata – e contundente – reação do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, que a classificou de repugnante apologia reiterada a instrumentos da ditadura e passível de punição.

No caso de Eduardo Bolsonaro causa espécie que uma declaração com potencial de agravar o ambiente da véspera tenha origem no próprio governo, considerando-se sua condição de aliado e líder do partido do presidente da República, também seu pai. Parece não perceber que, hoje, a maior fonte de problemas da economia é a instabilidade política.

Continua após a publicidade

João Bosco Rabello é jornalista do site Capital Político (capitalpolitico.com)  

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.