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Democracia ameaçada

Memórias do blog

Por Ricardo Noblat
Atualizado em 6 mar 2018, 12h00 - Publicado em 6 mar 2018, 12h00

Texto publicado em 06/03/2017

Fica combinado com o PT: o que Marcelo Odebrecht disse sobre Temer, Padilha e Aécio é verdade, mas o que disse sobre Dilma, Palocci e Guido Mantega não é.

Com o PMDB: Padilha pode ter recebido dinheiro de caixa dois, mas jamais contou a Temer, nem ele quis saber.

Com o PSDB: Aécio pediu dinheiro para financiar campanhas, mas dinheiro declarado à Justiça.

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Com o distinto público: bem, deixa pra lá…

Deixa pra lá também a combinação sugerida por Henrique Eduardo Alves, ex-ministro de Dilma e Temer, a propósito da descoberta de que ele tinha uma conta secreta na Suíça.

Eduardo Alves admite que abriu uma conta por lá e que não a declarou por aqui. Mas quer que acreditemos que os 833 mil dólares encontrados na conta não foram depositados nem movimentados por ele. Foram por quem então?

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Por generosidade ou cinismo, dê-se a Eduardo Alves o benefício da dúvida. Dê-se o mesmo a Lula, que não sabia que a OAS reformou e equipou de graça o tríplex que ele havia comprado na praia do Guarujá.

Lula ficou surpreso ao saber que a Odebrecht havia reformado de graça o sítio de Atibaia, registrado em nome do sócio de um dos seus filhos, e que servia de repouso à família Silva.

Estenda-se o benefício da dúvida ao advogado José Yunes, amigo há mais de 40 anos de Temer, assessor especial dele até dezembro último. Eliseu Padilha, chefe da Casa Civil, pediu a Yunes que recebesse um pacote no seu escritório, em São Paulo.

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Entregue pelo doleiro Lúcio Funaro, hoje preso em Brasília, o pacote foi repassado depois a Padilha. Yunes jura desconhecer seu conteúdo. Pode, Arnaldo?

Reza a lenda que Fernando Henrique Cardoso, um dia, pediu que esquecessem o que ele havia escrito antes de assumir a presidência da República.

Se não pediu, talvez um dia peça que esqueçam o que ele escreveu na semana passada sobre a diferença entre dinheiro de caixa dois pago para enriquecer políticos e dinheiro de caixa dois doado para financiar campanhas – esse, uma reles infração eleitoral.

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No tempo do absolutismo não havia crime mais grave, sujeito à pena de morte, do que o de lesa-majestade – traição cometida contra a pessoa do Rei, ou seu Real Estado.

O crime de lesa-pátria é o crime contra o poder de um Estado. Como deve ser chamado o crime contra o povo, convocado nas democracias a manifestar sua vontade por meio do voto, e em nome do qual todo o poder é exercido?

Porque quando recebe propina para que vote assim ou assado, ou quando recebe dinheiro sujo para financiar sua eleição, o político atenta contra a vontade soberana do povo a quem representa.

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Atenta contra o Estado Democrático onde todos são iguais perante a lei. Como disputar o voto popular em igualdade de condições um político que respeita a lei e outro que a desconhece?

Como dizer que reflete a vontade do povo eleições corrompidas pela troca de favores entre políticos e seus patrocinadores ocultos?

Vota-se por melhor educação, melhor saúde, mais saneamento básico, mais empregos.

A corrupção superfatura o preço de obras públicas, diminui a eficiência do Estado, encarece o custo de vida e estimula a sociedade a copiar o mau exemplo que vem do alto.

Resultado: um país que vê dissiparem-se pouco a pouco princípios e valores da civilização que um dia imaginou cultivar.

Por sua extensão, um país gigante, mas a serviço de uma tribo de pigmeus gulosos e insaciáveis. Haverá crime mais abominável do que esse de lesa-democracia?

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