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Por Coluna
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Coração apertado

A falta de visão vem de longe. Já houve um Brasil em busca de um progresso consistente.

Por Maria Helena RR de Sousa
1 jun 2018, 14h17

Aos poucos, a vidinha do País volta ao habitual. Mas o que ficou desses últimos dias, e as consequências que ainda virão, fruto da incapacidade, da fraqueza e da insensatez de quem ocupa os mais altos postos da Nação, essas irromperão no decorrer dos próximos meses, tornando mais difícil ainda esquecer as imagens que vimos na TV.

As que vimos, como aquele caminhoneiro de Betim sendo arrancado da boleia de seu caminhão por um bando de marginais, e as que não vimos, como a pedrada no parabrisa do caminhão de um senhor de 70 anos, José Batistela, que, atingido na cabeça, morreu na hora.

Vimos os pontos de bloqueio ocupados por alucinados com faixas que pediam aquilo que não lhes beneficiaria em nada e que só estavam ali na esperança estúpida de derrubar o governo. São pobres de espírito, isso são. A nossa sorte é que os militares, vacinados por uma triste odisseia que só os enfraqueceu e que nada lhes trouxe de bom, não querem mais saber do Poder, a não ser o conquistado nas urnas. E, pergunto, será que há militares bem preparados dispostos a manejar o leme desta nau à deriva?

A falta de visão vem de longe. Já houve um Brasil em busca de um progresso consistente. Aos 80 anos, posso testemunhar um bocadinho dessa busca. Costumava ir a São Paulo muitas vezes por ano e raramente ia de avião e mais raramente ainda, de carro. Viajávamos mesmo era de trem, uma viagem rápida e muito cômoda.

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Tenho amigos que iam e vinham de trem de Porto Alegre ao Rio, ou de Belo Horizonte ao Rio. Em muitas cidades por esse Brasil a fora o trem era a melhor solução para viagens interestaduais. Cadê os trens?

O Brasil é um país extremamente favorecido para a navegação de cabotagem por suas condições naturais e distribuição demográfica. Trata-se de um país com uma costa navegável de 7.500 km de extensão, com mais de 30 portos organizados e inúmeros terminais de uso privativo. Além disso, o país possui uma forte concentração costeira dos setores produtivos e consumidor, com 80% da população vivendo entre as regiões litorâneas e a até 200 km da costa. (https://www.tecnologistica.com.br/portal/artigos/66018/um-retrato-da-navegacao-de-cabotagem-no-brasil/)

Mas somos modernos, não é mesmo? E temos pressa. Para chegar aonde? Onde estamos? Neste deserto de ideias? Não podemos nos espelhar na Europa, o continente que se pode cruzar de trem, de automóvel, de aviões, de barcos que navegam por seus rios? Na China, aquele gigante, as ferrovias e as hidrovias são muito utilizadas, com carga e passageiros. Na Índia, o trem é o meio de transporte mais usado pela população. No Canadá, na Austrália, nos Estados Unidos, o avião não chegou para matar os outros meios de transporte, como aqui, lá ele chegou para enriquecer o País.

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Mas, aqui, no meio do caminho estava a frase terrível, à qual devemos muitos de nossos problemas: Governar é abrir estradas…

Pois é. Abriu estradas e construiu aeroportos e abandonou os trilhos, os rios, o mar e, com isso, travou o progresso.

Maria Helena Rubinato Rodrigues de Sousa é professora e tradutora, escreve semanalmente para o Blog do Noblat desde agosto de 2005. https://www.facebook.com/mhrrs 

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