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Por Coluna
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Brincando com fogo

Os caminhoneiros anunciaram para amanhã, quarta, 19, paralisação nacional, declararam justa a greve dos petroleiro

Por Mirian Guaraciaba
Atualizado em 30 jul 2020, 19h09 - Publicado em 18 fev 2020, 12h00

Não é pouca coisa. O poder de persuasão da Federação Única dos Petroleiros é histórico. E respeitável. Amanhã, 20 mil trabalhadores do setor entrarão no 18o. dia de paralisação, em 116 unidades da Petrobras – 56 plataformas, 11 refinarias, 23 terminais, sete termelétricas, uma usina de biocombustíveis e uma fábrica de fertilizantes, de Norte ao Sul do País. A pauta de reivindicações passa por centenas de demissões concretizadas pela empresa.

Ontem, ganharam reforço relevante. Os caminhoneiros anunciaram para amanhã, quarta, 19, paralisação nacional, declararam justa a greve dos petroleiros, e estão com os dois pés atrás com Bolsonaro. Em 2019, num almoço festivo, em churrascaria próxima de Brasilia, o Capitão fez gracinha, mostrou-se amigo de suas lideranças e prometeu solução para as reivindicações.

A solução não veio. Os caminhoneiros voltam com a mesma pauta de redução do preço do diesel. Nessa segunda, Bolsonaro disse que está analisando internamente o problema. O que ele quer dizer? Dificil interpretar o Capitão quando não está xingando ou ameaçando brasileiros que não rezam na sua cartilha.

Dificil saber o que nos resta nesse latifúndio. Há um silêncio estrondoso da imprensa em relação aos petroleiros. Não poderão ignorar a greve dos caminhoneiros. Afeta a rotina de todos. Os petroleiros podem causar desabastecimento. Os caminhoneiros certamente acarretarão problemas sérios para o país.

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O Carnaval está aí, feriadão, risco iminente de desabastecimento não é pouca coisa. Velho clichê. Samba, carnaval e futebol. Ópio do povo. Dias mais (na Bahia, no Rio), dias menos, Carnaval é válvula para deslembrar tantas mazelas, abstrair o governo opressor e preconceituoso, e esquecer que, a depender do que vivemos hoje, não temos quaisquer perspectivas de futuro.

No Carnaval ideal, estaríamos livres do Capitão. Nem que fosse por alguns dias de folia. Infelizmente, seu lado tosco, ignorante, radical, não tira férias. Aliás … Bolsonaro tem um lado que não é vulgar?

O Capitão desvela sua faceta rude diariamente. Monta um circo. A patuleia aparece, ele faz palhaçada, a patuleia aplaude. Tem sido assim em Brasília. Bate ponto na frente do Palácio da Alvorada, e o objetivo é único: humilhar os repórteres que tem obrigação de cobrir sua agenda. Basta uma pergunta “impertinente” e ele xinga, sob aplausos dos seguidores cegos pelo ódio disseminado pela familia.

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Em 45 anos de jornalismo, nunca tinha visto um governante dar literalmente uma banana para repórteres, fotógrafos, cinegrafistas, ainda que contrariado com perguntas indesejadas. Tão ofensivo quanto tacanho, raso. Incomoda. Dói.

Quando vamos reagir? Quando os jornalistas vão virar as costas e deixar Bolsonaro falando sozinho? Quando vamos mostrar ao Presidente da República que jornalista não é bicho em extinção? Está vivo, atuante, pronto para desmascarar desmandos e mentiras, queira ele, ou não. Queiram seus filhos, ou não.

Se nada fizermos, o que será de nós, jornalistas ou não?

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Mirian Guaraciaba é jornalista 

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