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Por Coluna
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Bolsonaro reduz Moro a pó de traque

E ameaça: “Se eu levantar a borduna, todo mundo vai atrás de mim e eu não fiz isso ainda”.

Por Ricardo Noblat
Atualizado em 30 jul 2020, 19h28 - Publicado em 4 set 2019, 07h00

Como amanheceu, hoje, o ministro Sergio Moro, da Justiça, depois que leu de madrugada a entrevista que o presidente Jair Bolsonaro concedeu à Folha de S. Paulo?

Voltou a dormir depois do que leu? Já pensou no que dirá se jornalistas lhe perguntarem a respeito? Sente-se disposto a enfrentar mais um dia de trabalho estafante?

O diretor-geral da Polícia Federal é homem de confiança de Moro, que o escolheu. Bolsonaro disse que está na hora de tirá-lo. Bem como de arejar a PF trocando os superintendentes.

Bolsonaro admitiu que tem um nome para dirigir a PF: o delegado Anderson Gustavo Torres, atual secretário de Segurança do Distrito Federal. E contou o que disse a Moro:

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“Ninguém gosta de demitir, mas é mais difícil trocar a esposa. Eu demiti o Santos Cruz, com quem tinha uma amizade de 40 anos”.

(O general Santos Cruz foi ministro da Secretaria de Governo. Perdeu o lugar depois de ser atacado por Olavo de Carvalho, o guru da família Bolsonaro, e Carlos, o Zero Dois)

A intervenção de Bolsonaro na PF começou em agosto passado, quando ele cobrou a substituição de Ricardo Saadi, superintendente no Rio, que já estava de saída.

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Saadi desgostou Bolsonaro ao se recusar a trocar alguns delegados que estariam contrariando interesses da nova família imperial brasileira em pontos estratégicos do Rio.

O episódio enfraqueceu Moro e quase provocou uma demissão em massa de superintendentes. Mas é justamente isso o que Bolsonaro deseja – desmontar a PF para remontá-la a seu gosto.

Bolsonaro já disse e repetiu que quem manda no governo é ele, e que não é e jamais será um “presidente banana”. Ministros que não gostarem disso que peçam as contas.

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Tal critério será aplicado à escolha do novo procurador-geral da República. Raquel Dodge não ganhará um novo mandato porque é mulher, como Bolsonaro já admitiu.

O escolhido, segundo ele, terá que “tirar nota 7 em tudo e ser alinhado comigo”. Por que nota 7 e não outra qualquer, Bolsonaro não explicou. Por alinhado, entenda-se: submisso.

À Folha, Bolsonaro afirmou a propósito da força política que julga ter: “Se eu levantar a borduna, todo mundo vai atrás de mim e eu não fiz isso ainda”.

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Contra Moro, Bolsonaro voltou a levantar o tom de voz. Desta vez sobrou também para o ministro Paulo Guedes, da Economia.

Guedes era “chucro” politicamente ao chegar ao governo, disse Bolsonaro. E Moro, “um ingênuo”. Hoje, a indicação de Moro para ministro do Supremo Tribunal Federal seria recusada pelo Senado, segundo Bolsonaro.

Que voltou a elogiar o ministro da Advocacia-Geral da União, André Mendonça, terrivelmente evangélico, e também cotado para ministro do Supremo na vaga de Celso de Mello.

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Às caneladas de Bolsonaro não escapou, sequer, seu obediente ministro das Relações Exteriores, o embaixador Ernesto Araújo, que acompanhou Eduardo, o Zero Três, em recente viagem a Washington.

Comentou Bolsonaro que cabe ao seu filho o mérito do acesso rápido ao presidente Donald Trump, que os recebeu em audiência. “Trump está alinhado conosco”, garantiu.

Em tempo: Bom dia, Moro.  

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