Black Friday: Revista em casa a partir de 8,90/semana
Imagem Blog

Noblat

Por Coluna Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
O primeiro blog brasileiro com notícias e comentários diários sobre o que acontece na política. No ar desde 2004. Por Ricardo Noblat. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
Continua após publicidade

Bolsonaro quer distância dos pobres

Nordeste está fora do radar do governo

Por Ricardo Noblat
Atualizado em 30 jul 2020, 19h22 - Publicado em 20 out 2019, 07h00

Sabem quantas vezes o presidente Jair Bolsonaro sobrevoou a Amazônia em chamas desde que a destruição da floresta virou um escândalo internacional e foi parar no plenário da ONU, em Nova Iorque, e nos salões pontifícios no Vaticano?

Nenhuma. Com toda a frota de aviões da Força Aérea Brasileira à sua disposição, e mais de um Boeing presidencial, Bolsonaro não se deu ao trabalho, nem tão pesado assim, de sobrevoar a Amazônia, quando nada para tirar umas fotos ou fazer uma live.

A pergunta seguinte é mais fácil de responder. Sabem quantas vezes Bolsonaro molhou os pés para ver de perto a tragédia da derrama de petróleo nas praias nordestinas que não tem data para  acabar – como, de resto, a da Amazônia tampouco?

Nenhuma até agora. Bolsonaro embarcou ontem à noite para uma visita à China e a outros países asiáticos sem deixar sequer uma mensagem de solidariedade aos que por sua conta e risco recolhem com as mãos as poças de petróleo nas praias.

Às primeiras denúncias sobre incêndios na Amazônia, Bolsonaro respondeu culpando ONGs internacionais interessadas em conspurcar a imagem do governo e contribuir para a ocupação daquela área por países que cobiçam suas riquezas.

Continua após a publicidade

Quando o petróleo começou a chegar às praias, matando parte da fauna marinha, ameaçando a pesca, a vida dos pescadores e a indústria do turismo, Bolsonaro correu a assegurar que a origem dele estava na Venezuela. Insinuou poder tratar-se de um crime.

Milhares de navios de todas as bandeiras cruzam o Atlântico abarrotados de petróleo venezuelano – e nem por isso, sem amparo em provas ou em evidências confiáveis, pode-se sugerir que a Venezuela seria a responsável pela tragédia.

Em menos de 10 meses, o governo provou duas vezes que pouco se lixa para a preservação do meio ambiente. Por extração de minérios via garimpo e empresas transnacionais, lixa-se sim, talvez porque como capitão Bolsonaro tentou ser garimpeiro.

Continua após a publicidade

O Nordeste está fora do radar. Ali, ele perdeu a eleição para o PT (70% x 30%). Foi a única região que lhe recusou a maioria dos votos. O primeiro governador da safra de 2018 alvo de ataques de Bolsonaro foi o da Bahia. O de Pernambuco, o mais recente.

Nos anos 70 do século passado, o governo federal aliava-se aos estaduais e socorriam os flagelados pela seca no Nordeste pagando-lhes um salário temporário para que limpassem estradas ou construíssem algumas mesmo que precárias.

O que impede que a fórmula seja resgatada para socorrer comunidades de pescadores flageladas pelo derrame de petróleo? O impedimento está em que nos planos do capitão o ser humano mais desprovido de recursos não é prioridade, e jamais será.

Continua após a publicidade

Este é um governo de ricos e para os ricos. As migalhas que escapem à mesa poderão ser aproveitadas pelos pobres. A economia dá sinais de recuperação – mas quem preferencialmente se beneficiará disso? Não serão os que mais precisam.

Se fossem eles, o Brasil não seria um dos países socialmente mais desiguais do mundo.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Semana Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

Apenas 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (a partir de R$ 8,90 por revista)

a partir de 35,60/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.