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Por Coluna
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Bolsonaro e o marido de Dulce

Sem educação, sem trato, Olavo de Carvalho foi responsável pela indicação de ultraconservadores

Por Mirian Guaraciaba
Atualizado em 30 jul 2020, 20h08 - Publicado em 27 nov 2018, 12h00

Dulce apanhou por 48 anos… “Não era sempre, era esporádico”, tenta mascarar o comportamento agressivo do marido gringo. Quando não agredia fisicamente, gritava, humilhava, mandava embora de casa. E era ela quem garantia o sustento da família. Ele, alegando sucessivas doenças, já não trabalhava fazia tempo.

Quase bodas de ouro… ela virou a mesa, saiu da casa confortável num bairro nobre de São Paulo, mudou-se para um apartamento pequeno, sem móveis, sem geladeira. Cansou, diz ela. Aos poucos, montou o apê, ganhou fogão e TV dos filhos, comprou cama e escrivaninha para continuar trabalhando. Aos 65 anos, recomeçou a vida.

Até ai… história parecida com milhões de outras. Mulheres abusadas e homens violentos. O que impressiona em Dulce não é a coragem de refazer a vida, seja em que tempo for. Mas a fantasiosa e surpreendente esperança de que um dia o marido poderá mudar, transformando-se, aos 70 e tantos anos, num homem carinhoso e gentil.

Tenho lembrado de Dulce nesses tempos soturnos.

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Com todas as evidências, há quem acredite num Brasil melhor nos próximos quatro anos. E há quem acuse: a imagem reacionária e retrógrada de Bolsonaro nada mais é do que o reflexo do que diz a oposição. Acreditam no que querem acreditar, ainda que ele próprio desfaça qualquer fantasia. Há quem, bem formado e inteligente, ainda repita a mentira deslavada do “kit gay”.

Bolsonaro é reflexo dele mesmo, de sua formação militar conservadora e fundamentalista. E é reflexo de seu grupo. Consta que ele nunca esteve pessoalmente com o autointitulado filósofo, astrólogo, professor Olavo de Carvalho. Fez dele seu guru. Nem conhecia o colombiano Ricardo Vélez Rodriguez, nomeado ministro da Educação. Vélez é professor emérito da Escola de Comando e Estado Maior do Exército. Está explicada sua nomeação.

Sem educação, sem trato, Olavo de Carvalho foi responsável pela indicação dos ultraconservadores Vélez e Ernesto Araujo, chanceler de Bolsonaro. Gosta de chamar os adversários de idiota e imbecil, e, irresponsável, associou veículos de imprensa ao tráfico de drogas e contrabando.

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Entre outras pérolas do radicalismo e irresponsabilidade de Olavo de Carvalho, em agosto de 2016, pelas redes sociais, acusou Barack Obama de ser agente russo plantado pela KGB. E defendeu abertamente a matança de ursos (a carne é ótima, diz ele). Esse cidadão que mora nos Estados Unidos só não deve indicar o ministro do Meio-Ambiente porque, segundo declarou ironicamente à imprensa, “já esgotou seu estoque de ministros”.

Cenário miserável. Nem todo o delírio poderá aplacar a amargura que ronda o país. Lembrando: somos hoje 208,5 milhões de brasileiros, 57 milhões votaram em Bolsonaro, mas 90 milhões votaram na oposição ou escolheram ninguém. Não cabem devaneios, ilusões perdidas. Só vive de ficção, quem quer. Justiça seja feita, como o marido de Dulce, o presidente eleito nunca escondeu o que pensa.

Mirian Guaraciaba é jornalista, paulista, brasiliense de coração, apaixonada pelo Rio de Janeiro

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