Black Friday: Revista em casa a partir de 8,90/semana
Imagem Blog

Noblat

Por Coluna Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
O primeiro blog brasileiro com notícias e comentários diários sobre o que acontece na política. No ar desde 2004. Por Ricardo Noblat. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
Continua após publicidade

Bolsonaro chama Villas Bôas contra a Igreja Católica

A crise anunciada

Por Ricardo Noblat
Atualizado em 30 jul 2020, 19h28 - Publicado em 3 set 2019, 07h00

Sempre que se via em apuros, o general João Batista de Oliveira Figueiredo, o último presidente da ditadura militar de 64, ameaçava chamar “o Pires”. José Sarney, o primeiro presidente civil depois do fim da ditadura, ameaçava chamar “o Pires” sempre que era fortemente pressionado pelos políticos.

Foram dois os Pires – Walter, ministro do Exército do governo Figueiredo, e Leônidas, ministro do Exército do governo Sarney. O primeiro chegou a cogitar um golpe para melar a posse de Sarney. O segundo atuou para esfriar a temperatura política e fazer prevalecer a Constituição em vigor à época.

O Pires de Jair Bolsonaro é o ex-comandante do Exército de Dilma e de Michel Temer, o general Eduardo Villas Bôas, hoje assessor especial do Gabinete de Segurança Institucional da presidência da República. No ano passado, Villas Boas soltou uma nota advertindo o Supremo Tribunal Federal para o risco de soltar Lula.

Quando o autoproclamado filósofo Olavo de Carvalho, guru da família Bolsonaro, começou a atacar duramente a ala militar do governo, Villas Bôas saiu em socorro dos seus pares e, por tabela, do próprio Bolsonaro. A menos de um mês do Sínodo da Amazônia convocado pelo Papa Francisco, Villas Boas voltou a se manifestar.

Disse que o encontro dos bispos levará em conta “dados distorcidos” sobre “o que não acontece na Amazônia”. E que o governo se preocupa como tudo isso chegará “à opinião pública internacional” porque será “explorado pelos ambientalistas”. O Sínodo “escapou para questões ambientais e também tem o viés político”, afirmou.

Continua após a publicidade

O governo fez gestões junto à Igreja para enviar um representante ao Sínodo. O cardeal dom Cláudio Hummes, nomeado pelo Papa relator-geral do Sínodo, respondeu que será vetada a participação de políticos com mandato. “Não virão políticos com mandato, nem militares. Não participarão”, comentou secamente.

A colisão com a Igreja Católica é a mais nova crise contratada pelo governo Bolsonaro desde que em fevereiro último ele ouviu falar do Sínodo e acionou a Agência Brasileira de Inteligência para espionar padres, bispos e cardeais. A Amazônia ainda não estava em chamas como agora, mas os focos de incêndio cresciam.

Para Bolsonaro e seus ex-companheiros de farda, o Sínodo faz parte de uma série indigesta de fatos que só contribuem para enfraquecer a imagem do governo no exterior. O presidente da França foi o primeiro a bater o tambor. Depois, o secretário-geral da ONU e, em seguida, ministros de pequenos países europeus.

Continua após a publicidade

Embora não digam publicamente, as vozes de maior peso nos meios militares por aqui consideram Francisco um Papa de esquerda se comparado com os que o antecederam depois que João XXIII, no final dos anos 60 do século passado, sucedeu a Pio XII e convocou o Concílio Ecumênico Vaticano II.

Devotos de Bolsonaro nas redes sociais costumam reverberar o pensamento dos chefes militares quando acusam Francisco de ser partidário de Lula livre e, por isso, comunista. Perguntou-se a Bolsonaro no último sábado se o Papa era de esquerda. “Não quero encrenca com a Igreja Católica”, ele se esquivou. Mas terá.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Semana Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

Apenas 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (a partir de R$ 8,90 por revista)

a partir de 35,60/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.