Assine VEJA por R$2,00/semana
Imagem Blog

Noblat Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO

Por Coluna
O primeiro blog brasileiro com notícias e comentários diários sobre o que acontece na política. No ar desde 2004. Por Ricardo Noblat. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
Continua após publicidade

Baila comigo

Queiroz no radar

Por Mary Zaidan
Atualizado em 30 jul 2020, 20h02 - Publicado em 13 jan 2019, 08h00

Voltar atrás, corrigir, pedir desculpas são atos louváveis. Merecem elogios, devem ser incentivados. Mas até os principiantes aprendem rapidamente que é estupidez insistir no erro. Lição básica que Jair Bolsonaro parece não querer assimilar. E, com erros em cima de erros, o presidente se arrisca a minar a confiança nele depositada.

A gravidade maior não está no bate-cabeças entre integrantes de sua equipe, tido como usual em início de mandatos, ou nas idas e vindas em atos oficiais, revogados antes de criarem traumas. Mas nos modos permissivos do presidente diante do comportamento de sua prole e de alguns amigos que começam a dar as caras no governo.

Ter um filho que o escolta na cerimônia de posse como se todo o aparato militar montado não fosse capaz de fazê-lo pode ser apenas um acinte, mas outro que escolhe faltar a uma audiência no Ministério Público ultrapassa todos os limites.

Deputado estadual, eleito senador pelo Rio de Janeiro, Flávio Bolsonaro preferiu dar uma entrevista ao SBT para dizer o que deveria ter dito ao MP. Atitude no mínimo estranha para quem nega qualquer envolvimento no imbróglio de seu ex-assessor, Fabrício de Queiroz.

Bolsonaro não é Flávio e não pode responder pelo rebento. Mas Flávio só chegou onde está usando o nome e a popularidade do pai. O mesmo aconteceu com os demais – Carlos, vereador, e Eduardo, deputado federal. Mais: a primeira-dama Michelle aparece nos rolos de Queiroz, a quem o presidente chama de amigo, parceiro de pescarias.

Continua após a publicidade

Queiroz entrou no radar da operação Furna da Onça, que prendeu 10 deputados fluminenses e investiga 24 assessores parlamentares, a partir de movimentações bancárias atípicas detectadas pelo Coaf. Entre 2016 e 2017 os registros mostram entradas de R$ 1,2 milhão, algumas feitas no mesmo dia de pagamento dos demais funcionários de Flávio. Na conta de Michelle foram parar R$ 24 mil que, conforme o próprio presidente explicou, seriam relativos a pagamentos parcelados, não declarados ao fisco, de empréstimo que fizera ao ex-assessor do filho.

Por seu lado, Queiroz garantiu que nunca agiu como laranja dos Bolsonaros e que o dinheiro incompatível com sua renda viria de transações de compra e venda de automóveis. Se é assim tão simples, desnecessário seria alegar motivos de saúde para não comparecer às duas audiências marcadas pelo MP do Rio.

A história ganhou contornos mais pitorescos com um vídeo feito por uma de suas filhas que caiu nas redes no sábado. Nele, Queiroz dança alegre e radiante, tendo um suporte de soro como par.

O conteúdo viralizou. E trouxe os Bolsonaros, incluindo o presidente, para o salão de baile.

Continua após a publicidade

Perto dos bilhões afanados na era petista, o caso Queiroz parece pouco. Mas não é. Bolsonaro amealhou milhões de votos como paladino no combate à corrupção. Sérgio Moro, herói da Lava-Jato, operação à qual a Furna da Onça está apensa, é estrela de primeira grandeza na sua equipe.

Ainda que não esteja diretamente na alçada do Ministério da Justiça, a mudez do ex-juiz sobre a confusão armada pela turma do chefe pode ofuscar seu brilho. E encher de pulgas as orelhas de quem apostou no mito. 

 

Mary Zaidan é jornalista. E-mail: zaidanmary@gmail.com Twitter: @maryzaidan

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.