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Audácia, empáfia, presunção e ignorância

Caso Neymar

Por Maria Helena RR de Sousa
Atualizado em 30 jul 2020, 19h40 - Publicado em 7 jun 2019, 10h00

Neymar Jr é considerado um grande jogador de futebol. Venceu etapas importantes em sua carreira. Eu não entendo nada de futebol, apenas repito, tal qual um papagaio, o que ouço dizerem desse jovem atleta.

Mas sobre esse episódio recente em Paris, longe dos gramados, não estou repetindo a opinião de ninguém. Digo o que penso depois de ler ou ouvir todos os depoimentos sobre o encontro desses dois brasileiros no hotel Sofitel, em Paris.

Primeiro vamos à figura da mulher que escreve para o jogador, homem famoso por seu talento nos campos de futebol. Ela não o conhece pessoalmente, nunca trocaram ao menos um aperto de mão, mas cismou que tem que ter relações sexuais com ele. Não sabe se é sexy, se com ele sua pele fará clique. Ela só sabe que ele é bom nos gramados e que por esse talento recebe fortunas. Mostra ser uma mulher, digamos, audaciosa.

Neymar dela só sabe o que ela lhe garante na mensagem em que se oferece para transar com ele: que ela vale por quatro e que, portanto, valerá a pena pagar-lhe uma viagem Rio/Paris/Rio e sua hospedagem.

Neymar, concluo, sofre de empáfia. Como assim? Ao constatar que ele não duvida da ansiedade dela em estar com ele para transarem livremente. Duvidar por que, se ele se acha o máximo? Sua arrogância é de tal ordem que ele acha muito possível que ela largue o filho aqui no Rio, com o ex-marido (pai do menino), para poder passar uns dias em Paris transando com seu ídolo.

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Não é o caso de dizer: ‘vá ser presunçoso assim no inferno?’ Mas eu vou além disso: arrogante e presunçoso, sim. Mas também ignorante já que não lhe ocorre que o encontro com essa moça deve ser tratado com algum cuidado, dado o fato de sua fortuna ser o objeto do desejo de muita gente. Sendo assim, todo cuidado é pouco!

De uns tempos para cá relatos de estupro têm feito vítimas em muitos lugares do mundo. Se a mulher é atacada em sua cama, em casa, na rua, numa festa, num encontro em algum parque, ou seja, em determinadas circunstâncias e em lugares onde ela está desprotegida, em perigo, é preciso além de não duvidar da queixa interceder para que a PF examine com muito cuidado para concluir pela verdade. E se o estupro for comprovado, que o estuprador seja julgado e condenado com a seriedade que o fato exige.

Mas num caso estranho como esse num quarto em Paris, vamos ser francos: tem algo nessa história que não bate. Posso acreditar numa mulher que se queixa de agressões e de violência sexual num dia, mas convida o agressor para um segundo encontro no dia seguinte, alegando que fez isso para conseguir provas do ocorrido no dia anterior? E não é que ele comparece ao segundo encontro, no qual é filmado,  como se vê num vídeo que, francamente, dá até aflição assistir?

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Dá para acreditar numa mulher que vai preparada para uma noite de sexo levando um celular para filmar os dois em ação, mas se esquece de levar preservativos? Esquece??? 

E num homem milionário que se sabe muito visado e que vai a um encontro com uma mulher que nunca viu, sem levar preservativos?

Amigos, sinto muito, mas esse roteiro não está bom.

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