Assine VEJA por R$2,00/semana
Imagem Blog

Noblat Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO

Por Coluna
O primeiro blog brasileiro com notícias e comentários diários sobre o que acontece na política. No ar desde 2004. Por Ricardo Noblat. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
Continua após publicidade

As urnas acima de tudo

Bolsonaro mira reeleição

Por Mary Zaidan
Atualizado em 30 jul 2020, 19h38 - Publicado em 23 jun 2019, 09h00

Nada há de novo na novidade da semana: o presidente Jair Bolsonaro é candidato à reeleição. E é meia-verdade dizer que isso contraria seu discurso de campanha, visto que já vinculava o fim da reeleição a uma reforma política com redução do número de congressistas. Discurso semelhante ao que sustenta agora, ainda que nem lá nem cá tenha conseguido mostrar qualquer relação de causa e efeito. Nada fez pela reforma. Por via das dúvidas, não desceu um só dia do palanque.

A extravagância da notícia é o contexto. Ela se dá diante de um governo em autocombustão, que começou e continua atrapalhado, que tem enorme dificuldade para se equilibrar nas cascas de banana por ele próprio lançadas. E de um presidente que, confessamente, diz “não ter nascido para o cargo” e que “não há dia feliz na Presidência”.

Feliz ou não, 20 dias depois de subir a rampa, o recém-empossado já replicava no Twitter a hashtag #Bolsonaro2022. Na época, para delírio do clã, seguidores chegaram a criar uma dinastia bolsonarista, com o capitão e os filhos eleitos e reeleitos até 2058. Brincadeiras, memes de redes sociais, mas que revelam o tamanho do apetite pelo poder.

Bolsonaro voltou ao tema em abril, quando disse que estaria sofrendo pressão para ser candidato. Sabe-se lá de quem ou de onde. Mas o frisson que o assunto reeleição provoca foi o suficiente para mexer com a direção dos holofotes, à época apontados para o filho Flávio e os rolos de Fabrício Queiroz, que até hoje continua fora do alcance da Polícia Federal.

Na quinta-feira, o presidente reincidiu, desta vez com ares messiânicos: “lá na frente todos votarão [em mim]”. Conseguiu com isso redirecionar as atenções, tirando o peso de sua última derrota no Senado, que, na prática, sustou seu decreto de flexibilização de posse e porte de armas de fogo. Uma pauta que lhe é caríssima. Mas pressa obsessiva em resolver com uma canetada o que só poderia ser feito por lei, acabou em tiros nos próprios pés.

Continua após a publicidade

Lançar uma “novidade” quando se quer mudar o vento tem sido um movimento repetitivo. Se a coisa aperta para o lado dele ou dos seus, Bolsonaro se lança em declarações polêmicas, faz pose com o seu estilo “sincerão”, inventa emergências. Não raro, conflitos.

Em todas as ocasiões que falou de reeleição, Bolsonaro associou o fim do instituto à reforma política. A diferença é que na campanha ele prometia ser o protagonista – “pretendo fazer uma excelente reforma política”, dizia.

Com experiência de quase três décadas de Câmara, sempre soube da inviabilidade de o Congresso votar contra si, quanto mais de reduzir o número de representantes, como o presidente diz defender. Ou seja, balela pura, lá atrás e agora.

Reeleição é bicho selvagem, indomável. Se por um lado lançar-se nela auxilia na ocupação de espaços, criando conteúdo (ainda que falso) para um governo que falha no ato principal que é o de governar, por outro deixa o presidente exposto.

Continua após a publicidade

Tudo, absolutamente tudo que fizer daqui para frente será eleitoral. Incontestavelmente eleitoral. São as urnas acima de tudo e todos.

 

Mary Zaidan é jornalista 

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.