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Anarquia no palácio do capitão

Quem mandou divulgar o vídeo que exalta o golpe de 64?

Por Ricardo Noblat
Atualizado em 30 jul 2020, 19h51 - Publicado em 3 abr 2019, 07h00

O general porta-voz de Jair Bolsonaro disse considerar “caso encerrado” a polêmica provocada por um vídeo divulgado no último domingo por meio de um dos canais privados da Secretaria de Comunicação da presidência da República que exalta o golpe militar de 31 de março de 1964. Caso encerrado coisa nenhuma!

Na segunda-feira, dia 1º de abril, o vice-presidente da República, general Hamilton Mourão, declarou ao jornal O Globo que o vídeo fora divulgado por decisão do presidente Jair Bolsonaro, àquela altura em visita a Israel: “Decisão do presidente. Foi divulgado pelo Planalto, é decisão do presidente”.

Mas ontem, ainda no exercício da presidência da República, Mourão corrigiu-se: “Em tese, ele deveria saber. Agora sei que ele não sabia”. Se antes era grave o fato de um vídeo que exalta um golpe militar ter sido divulgado por decisão do presidente, muito mais grave ficou com a revelação feita por Mourão de que Bolsonaro não sabia.

Quem mandou produzir o vídeo e quem mandou divulgar? – eis a questão. O empresário bolsonarista Osmar Stábile, de São Paulo, ex-vice-presidente do Corinthians, se apresentou há poucas horas como o produtor do vídeo. “Não conheço Bolsonaro, mas apoiei sua eleição”, justificou-se. Ele disse também ter apoiado o golpe de 64.

Vá lá que não se trate de um arranjo de última hora para esconder o verdadeiro autor do vídeo, ou para afastar a suspeita de que o vídeo foi produzido e pago pelo governo. Mas quem autorizou que o vídeo supostamente produzido por um empresário fosse divulgado pela Secretaria de Comunicação da presidência da República?

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Enquanto não se souber quem autorizou, cabe o temor compartilhado por políticos de vários partidos de que o Palácio do Planalto tenha virado terra de ninguém. Onde deveria haver ordem, hierarquia, comando, existe descontrole, confusão, anarquia. Nem os generais que cercam Bolsonaro estão mais dando conta do recado.

Como alguém com acesso a canais privativos de comunicação da presidência da República pode endereçar a quem bem deseje um vídeo de celebração a um golpe militar? E apenas poucos dias depois de o presidente da República, em decisão controversa, ter orientado as Forças Armadas a comemorarem o golpe? Como foi possível?

Não dá para que tudo fique por isso mesmo, salvo se for para desmoralização do presidente e dos que o ajudam a governar.

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