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O primeiro blog brasileiro com notícias e comentários diários sobre o que acontece na política. No ar desde 2004. Por Ricardo Noblat. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.

A chuva e o trovão (por Maria Helena RR de Sousa)

Bolsonaro eleva a voz para fazer chegar aos seus discípulos seus mais esdrúxulos pensamentos

Por Maria Helena RR de Sousa
24 abr 2020, 10h00 • Atualizado em 30 jul 2020, 18h59
  • Se Jair Bolsonaro algum dia leu um livro de poemas, certamente não há de ter sido algum dos mais belos livros de poesia do poeta persa Maulana Jalaladim Maomé, também conhecido como Rumi. Poeta, jurista e teólogo sufi persa do século XIII, Rumi nos deixou palavras que nos fazem pensar e crescer interiormente. Exemplo: “Eleve suas palavras, não a sua voz. É a chuva que faz brotar as flores, não o trovão”.

    Do alto de uma caçamba de caminhão ou apoiado no cercadinho que criou como palanque no portão do palácio da Alvorada, Bolsonaro eleva a voz para fazer chegar aos seus discípulos seus mais esdrúxulos pensamentos.

    Diz tolices sem fim, como esta: ele não vai abrir mão de sua liberdade de ir e vir. Isso a respeito da quarentena que o mundo vem usando como única arma para conter o vírus da Covid-19, já que ainda não temos nem vacinas, nem medicamentos para combater essa praga que vem ceifando milhares de vidas.

    Ele confere às suas tristes palavras o peso da lei, ao dizer que ele é a Constituição, que ele não tem que respeitar a Organização Mundial de Saúde, já que ele é o Estado. Pobre Brasil que tem como chefe da Nação alguém que confunde o direito de ir e vir com o direito de desrespeitar uma quarentena que só tem como foco diminuir o numero de infectados, aliviar a pressão sobre os hospitais e postos de saúde e salvar vidas.

    Arrogante e jactancioso, alega que se estiver errado, o peso do erro vai cair sobre seus ombros. Esquece, ou finge ignorar, que os ombros do Mito são envernizados e nada ali ficará grudado, ao passo que as mortes ferirão as famílias para sempre.

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    No domingo 19 de abril, depois de reunir um bando de bolsonaristas na entrada do QG do Exército em Brasília, conhecido como Forte Apache, e de lá gritar que ele já é o presidente e que portanto não sonha com golpes, no dia seguinte ele engoliu em seco e disse que não convidou ninguém para aquela manifestação e reafirmou “Já estou no poder, por que daria um golpe?”.

    Seria de bom alvitre que Bolsonaro percebesse que os brasileiros não são burros e que golpes servem para muitas coisas, não apenas para segurar a cadeira no Planalto… Como disse o vice Mourão, numa frase com muito espírito: “Tá tudo sob controle. Só não sabemos de quem”.

    Desculpe, general, nós sabemos quem quer o controle. Sabemos sim. Mas não vai ser fácil tirá-lo de nossas mãos… Uma vez a Cascais, nunca mais, não é assim que diz o velho ditado português?

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    Bolsonaro já disse algumas vezes que não nasceu para o cargo que ocupa e que ali não está feliz. Volto a Rumi, o poeta da Persia: “Por que você permanece na prisão quando a porta está completamente aberta?”.

     

    Maria Helena Rubinato Rodrigues de Sousa é professora e tradutora, escreve semanalmente para o Blog do Noblat desde agosto de 2005. 

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