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Contaminação na corrida eleitoral

A Covid-19 engoliu 2020 e acelerou a disputa pela Presidência

Por Murillo de Aragão Atualizado em 1 Maio 2020, 09h14 - Publicado em 30 abr 2020, 19h51

Todos os eventos capitais, como a pandemia que enfrentamos, terminam gerando algum tipo de consequência que afeta a dinâmica política. A Covid-19 já causa efeitos políticos importantes. Por exemplo, o acirramento das disputas federalistas entre o governo central e os estados. Mas não é só isso. Provoca também a radical mudança na política econômica, o que desgasta a relação do Legislativo com a equipe econômica. E, no campo prático, as votações on-­line realizadas por parlamentares com o uso de aplicativos.

Mas que outras repercussões políticas devem ocorrer? Nas eleições municipais deste ano vetores relevantes de influência serão o combate à pandemia na esfera municipal e, também, a sensação térmica quanto ao meio ambiente econômico. Ou seja, os eleitores estarão com um olho no município e o outro na conjuntura.

Para as eleições de 2022, a questão se mostra mais complexa ainda, pois não existirão temas municipais mediando a agenda nacional. Provavelmente teremos uma eleição cujo vetor principal será a qualidade da saída da crise econômica gerada pela pandemia.

“O ano está economicamente perdido, e o governo terá de acelerar suas ações para ser competitivo”

Sabendo disso, alguns potenciais competidores se movimentam. Os embates políticos em torno do combate à pandemia já revelam motivações eleitorais. Até mesmo a renúncia de Sergio Moro ao Ministério da Justiça mostra um movimento eleitoral. No limite, a pandemia engoliu 2020 e acelerou a corrida presidencial. Como o eixo central da política é a Presidência da República, as eleições presidenciais de 2022 podem estar sendo decididas com base nas medidas tomadas agora por Jair Bolsonaro. Tal reflexão nos leva a algumas conclusões: o ano está economicamente perdido, e, por causa disso, o governo terá de acelerar suas ações para se manter competitivo em uma eventual tentativa de reeleição. Tanto no campo político, com a ampliação de sua base de sustentação, quanto no campo econômico, gerando crescimento e evitando uma recessão.

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Ainda no meio da pandemia, o governo Bolsonaro ganhou popularidade entre setores de baixa renda em decorrência de suas iniciativas, compensando, de início, o desgaste com a renúncia de Sergio Moro. Mas a corrida está apenas começando. É um cenário complexo que indica duas relevantes mudanças de rumo: a construção de uma base de sustentação com figuras e partidos que integram o que o presidente chama de “velha política” e a adoção de iniciativas anticíclicas que devem ser postas em prática para evitar a estagnação da economia.

Com uma base política consistente, Bolsonaro evitaria as armadilhas dos pedidos de impeachment e minimizaria as pautas-bomba de cunho fiscal. Com a economia voltando a funcionar, poderia manter-se popular. São desafios que demandam capacidade de planejamento e de implementação muito sofisticada, além de uma melhora substancial na comunicação do governo.

A superação ou não desses obstáculos pode definir o cenário eleitoral para 2022. Apesar das dúvidas e do tempo que falta para as eleições, a disputa já está em curso e todos que pretendem concorrer sabem disso.

Publicado em VEJA de 6 de maio de 2020, edição nº 2685

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