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Bofetada, ovada, Macron está perdido? Não, continua favorito em 2022

O presidente francês tem o dom de provocar reações extremas, mas continua a falar com o eleitorado de centro e isso deve garantir a reeleição

Por Vilma Gryzinski 28 set 2021, 07h46

O petardo sob a forma de um ovo bate no ombro de Emmanuel Macron e, estranhamente, não quebra. Seria um aviso dos céus?

Para um político que se proclamou um adepto do estilo jupiteriano de poder, o ovo intacto pode ser considerado uma mensagem dos deuses.

O autor da ovação invertida, militante de extrema-esquerda, saiu algemado e humilhado. Nem de longe conseguiu o mesmo efeito que Damien Tarel, simpatizante da ideologia oposta, que em 8 de junho desferiu uma bofetada no presidente. Condenado a oito meses de prisão, Tarel recuperou a liberdade depois de três.

Os atos extremos, unanimemente condenados, refletem os sentimentos fortes despertados por Macron – “ele não é detestado, é odiado”, resumiu recentemente um comentarista de rádio.

Mas, com seu estilo menino prodígio, também faz um trabalho de dedicação obcecada para recuperar a imagem, que despencou no auge da pandemia. Está funcionando. Pelas últimas pesquisas, Macron subiu seis pontos e está com 46% de opiniões positivas.

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As melhores avaliações estão na faixa de centro-esquerda à centro-direita. Entre simpatizantes do Partido Socialista, ele tem 54% de aprovação; um pouco menos – 50% – entre os que normalmente votam no Republicanos.

O maior índice de reprovação, 75%, vem da extrema-direita: os partidários de Marine Le Pen e seu partido, rebatizado de Reunião Nacional.

No primeiro turno da eleição presidencial, em 10 de abril do ano que vem, Macron aparece com 26% e Marine Le Pen com 21%. No segundo, a previsão é de que todas as forças, fora da direita pura e dura, se unam na rejeição a Marine e repitam a vitória de 2017.

Macron foi um fenômeno quando disparou na primeira disputa presidencial. Jovem, moderno, cheio de ideias e de entusiasmo, criou um partido do nada e conseguiu não apenas ser eleito presidente como emplacar a maioria na Assembleia Nacional.

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É claro que a realidade e o desgaste natural do exercício do poder tiraram o sabor de novidade que ele encarnou na época. E é claro que as reformas com que pretendia reenergizar a economia ficaram pela metade, ou menos ainda.

A França continua a ser um dos melhores países do mundo para se viver, com um patrimônio material e imaterial incomparável, mas a essa altura todo mundo já aceitou que Macron não vai conseguir desengessar  a economia, tolhida pela presença avassaladora do Estado e uma miríade de benefícios que acabam prejudicando a dinâmica do empreendedorismo e da criação de empregos.

Como em todos os outros países, a recuperação econômica pós-pandemia está sofrendo com a escassez de matérias primas e de produtos vitais, como chips semicondutores. O crescimento previsto para este ano é de 5,5%, o que arrasta a superação do rombo pandêmico para meados do ano que vem.

Aparentemente, o ovo jogado em Macron era cozido – daí o motivo para não ter quebrado. Forçado pela realidade, o presidente francês aparentemente desistiu de fazer uma omelete. Continuará seguindo o caminho do meio, sem grandes arroubos reformistas. As agressões vindas dos extremos do espectro político só reforçam a racionalidade dos eleitores centristas.

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Até a exceção francesa – nenhum outro país europeu importante tem uma extrema-direita tão forte – ajuda Macron. Enquanto Marine Le Pen for a opção, ele não precisa fazer muito esforço para convencer a maioria do eleitorado de que, après lui, le déluge.

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