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Muito além de Maradona e Mafalda

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Por Maria Carolina Maia Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 14 ago 2018, 00h14 - Publicado em 22 jun 2010, 22h55
Capa do livro ‘Bienvenido’, do jornalista Paulo Ramos

Com tiradas inteligentes e questionadoras, a baixinha Mafalda é um símbolo das histórias em quadrinhos argentinas. Nem só da personagem criada pelo cartunista Quino, no entanto, vivem as HQs portenhas. É o que procura mostrar o livro Bienvenido – Um Passeio pelos Quadrinhos Argentinos (Zarabatana Books, 176 páginas, 36 reais). Com estilo leve e fluente, o jornalista Paulo Ramos apresenta um painel histórico do gênero no país – das tiras de humor descompromissado aos desenhos de teor político, passando pelo atual intercâmbio entre artistas brasileiros e argentinos.

De acordo com o autor, o livro surgiu de “um antigo estranhamento”. “Ficava muito incomodado em ter acesso a obras e autores norte-americanos, europeus e japoneses, geograficamente tão distantes de nós, e não saber quase nada sobre os quadrinhos de um país vizinho”, diz Ramos, logo no início do livro.

Bienvenido se lança, assim, na busca por abarcar o universo de traços e balões argentinos. E se sai bem. A leitura da obra oferece uma boa dimensão do que representam as “historietas” para os hermanos – tanto uma forma de arte rebuscada como um foco de resistência à opressão política.

À medida que compõe uma linha do tempo dos quadrinhos vizinhos, Ramos narra a história recente da Argentina, costurando conexões aqui e ali. O ponto alto dessa costura é a entrevista com Elsa Sánchez de Oesterheld, viúva do roteirista Héctor Germán Oesterheld. Elsa perdeu o marido e as quatro filhas para a ditadura argentina. Presos, eles nunca voltaram para casa.

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“Como os desenhos dialogavam prioritariamente com a classe política, a relação entre os autores e as autoridades nem sempre foi harmônica”, explica Ramos, no livro. “A história da Argentina no século XX registra frequentes trocas de comando por meio de golpes militares. Na mesma medida, diários e chargistas conviveram, mais de uma vez, com o fantasma da censura e da liberdade de expressão restrita.”

Ramos, no lançamento de ‘Bienvenido’ na livraria Comic House, em João Pessoa (Foto de Fernanda Eggers)

Outra costura interessante, na obra, é aquela feita por artistas que vêm de lá para cá e vice-versa. O argentino Liniers, que assina a capa do livro, vem publicando seus títulos no Brasil. E o brasileiro Adão Iturrusgarai, pai da espevitada Aline, publicada em tiras no jornal Folha de S.Paulo, vive hoje na Argentina. Outro ponto dessa trama é a penetração, por aqui, dos livros da divertida Maitena, cartunista que lança um olhar ácido sobre as neuras femininas e, a partir de suas personagens, também sobre o universo masculino.

Paulo Ramos é autor de títulos como A Leitura dos Quadrinhos, da Coleção Linguagem & Ensino; e Quadrinhos na Educação, com Waldomiro Vergueiro. Bienvenido é seu primeiro livro-reportagem.

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