A lógica do depoimento do representante da Pfizer
Empresa farmacêutica não deve brigar com o governo porque está fechando contrato de 100 milhões de doses. Mas sabe que não pode mentir
A empresa americana Pfizer deve declarar que fez contato com o governo Bolsonaro disponibilizando vacinas no início do segundo semestre de 2020. A carta divulgada pelo ex-secretário Fábio Wajngarten mostrou que o a atual gestão deixou a missiva – entre dois e três meses – mofando em diversos gabinetes.
A empresa farmacêutica não deve querer brigar com o governo porque, afinal, está fechando agora um contrato de 100 milhões de doses. Mas, ao mesmo tempo, sabe, como firma americana que é, que não se pode mentir no Congresso Nacional.
Essa deve ser a lógica do depoimento do ex-presidente da Pfizer no Brasil Carlos Murillo, que comandava a representação farmacêutica quando se iniciaram as negociações, à CPI da Covid-19.
Ao longo do dia não se deve esperar grandes novidades, mas se confirmará que o governo brasileiro foi negligente e incompetente nas negociações para garantir as vacinas.