Pautas em comum devem garantir cargo para PT na Câmara de Lira
Ações anti-Lava Jato e posição contrária à prisão em segunda instância aproximam a maior bancada do parlamento ao PP do presidente da Casa

Apesar de ainda não ter ficado definido o papel do PT na Câmara comandada por Arthur Lira (PP-AL), a tendência é de que o partido mais importante da esquerda brasileira fique com uma comissão não tão relevante, de menor expressão, mas estratégica. Tudo para que se mantenha a pacificação, já que eles – PT e Lira – têm pretensões em comum. É o que a coluna apurou.
Na lista de objetivos similares, estão as pautas anti-Lava-Jato e a derrubada da prisão após a condenação em segunda instância, por exemplo. Isso acabará aproximando a maior bancada da Câmara – o PT, com 54 deputados – do novo presidente da Casa, segundo parlamentares da oposição.
“O Lira não tem intenção nenhuma de extinguir o PT. O foco dele é o Maia e o grupo do Maia. Então as coisas estão todas pautadas dentro disso. Teve até uma tentativa de abrandamento para ver como é que se fazia, o que é que se oferecia ao PT, que é a maior bancada da Câmara. Obviamente um posto estratégico, mas um cargo de menor expressão, até porque eles dialogam muito bem e tem pretensões em comum… como a pauta anti-Lava Jato, prisão em segunda instância. Tudo isso é um diálogo franco, aberto e muito vivo entre PT e PP”, explicou um parlamentar para a coluna.
Para a sua base eleitoral, no entanto, o PT pretende passar a mensagem de que vai focar na vacinação para todos, na manutenção do auxílio emergencial e na aprovação do processo de impeachment do presidente Jair Bolsonaro.
Quanto à situação da sigla no Senado, o contexto é diferente. “O PT se focou na eleição do Rodrigo Pacheco, deu certo, e hoje, nos cargos da Mesa, o PT disputa provavelmente a Terceira Secretaria com Rogério Carvalho, que deixou a liderança do partido e passou para o Paulo Rocha”, avaliou outro parlamentar.