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Blog de notícias exclusivas e opinião nas áreas de política, direitos humanos e meio ambiente. Jornalista desde 2000, Matheus Leitão é vencedor de prêmios como Esso e Vladimir Herzog
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Paulo Gustavo avisou antes

Ator fez alerta que ecoa neste momento de luto do país: “Cadê a vacina meu Deus?"

Por Matheus Leitão Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 5 Maio 2021, 13h06 - Publicado em 5 Maio 2021, 12h39

E se tivéssemos vacina antes? Quantas vidas do país poderiam ter sido poupadas? Não se sabe, mas uma delas poderia ser a do humorista Paulo Gustavo, cuja morte fez o Brasil amanhecer mais triste. Há mais de 1 ano, o país tem chorado a morte de milhares de vítimas do coronavírus.

Embora o cenário tenha uma série de variáveis complexas, é fato que o atraso no início da imunização é um dos pontos chave para explicar como chegamos até aqui.

Paulo Gustavo bradou por uma vacina. Em uma publicação em rede social no dia 3 de março, o ator questionou: “CADÊ A VACINA MEU DEUS? Se liga na aglomeração gente! Sair de casa apenas quem precisa TRABALHAR!”, escreveu o ator, que foi internado 10 dias depois desse texto.

O ator estava preocupado com a pandemia. Em entrevistas, disse que tinha problemas respiratórios e mostrou apreensão com o avanço da doença. Enquanto observamos a imunização acontecer em todos os estados do país, a ideia de que a imunização poderia estar bem mais avançada não sai da nossa cabeça.

Em 2020, o governo rejeitou proposta da Pfizer que previa o fornecimento de 70 milhões de doses da vacina que salva vidas. Tivemos que lidar com as declarações de um presidente que rejeitou, por mais de uma vez, a importância da imunização. A diplomacia atrapalhou a relação com a China, atrasando a vinda de insumos.

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Quando a vacina finalmente chegou, já estávamos lidando com um cenário caótico. Será que se tivéssemos começado antes, teríamos evitado a morte de tantos brasileiros? Será que Paulo Gustavo ainda estaria entre nós? Precisamos das vacinas. Precisamos nos apressar. A vida não pode esperar. 

Paulo Gustavo, de apenas 42 anos, representava a alegria que fazia brotar em seus fãs, com seus personagens, seu humor, sua representação hilariante da mãe, a personagem Dona Hermínia. Nas últimas semanas, uma corrente de afeto se formou no país por ele, pelo marido e filhos, pela sua mãe, por toda a sua família. 

No meio de mais essa tristeza num país já muito ferido, o que fica são seus apelos, pela quarentena, seu aviso de que tinha problemas respiratórios, de que todos precisam se cuidar, e sobretudo a pergunta sobre a vacina. Se ela tivesse chegado mais cedo. Quem sabe.

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