Black Friday: Revista em casa a partir de 8,90/semana
Imagem Blog

Matheus Leitão

Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Blog de notícias exclusivas e opinião nas áreas de política, direitos humanos e meio ambiente. Jornalista desde 2000, Matheus Leitão é vencedor de prêmios como Esso e Vladimir Herzog
Continua após publicidade

Belém pode virar uma nova Manaus, diz governador do Pará

Barbalho diz que municípios estão falhando e critica governo federal pela falta de ajuda: “Basta eles terem a mesma sensibilidade que têm com os bancos”

Por Matheus Leitão Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 4 set 2020, 10h24 - Publicado em 22 abr 2020, 16h08

O governador do Pará, Hélder Barbalho (MDB), define a situação do estado como gravíssima, muito crítica, e vê a possibilidade de a capital Belém seguir o mesmo caminho de Manaus, que está sem leitos hospitalares para atender os pacientes com coronavírus. O estado do Pará já tem 91% dos leitos de UTI ocupados.

“Eu não posso descartar essa hipótese de Belém ficar igual a Manaus. Nós estamos num momento muito crítico. Situação gravíssima, principalmente porque temos aqui a falência da porta de entrada, o que acabou por rapidamente agravar a situação das UTIs. As unidades básicas de saúde [municipais] não estão cumprindo com o papel de orientação, fundamentalmente na região metropolitana”, afirma Hélder Barbalho. 

ASSINE VEJA

Covid-19: Sem Mandetta, Bolsonaro faz mudança de risco nos planos
Covid-19: Sem Mandetta, Bolsonaro faz mudança de risco nos planos A perigosa nova direção do governo no combate ao coronavírus, as lições dos recuperados e o corrida por testes. Leia na edição desta semana. ()
Clique e Assine

“Já as unidades de pronto atendimento e prontos-socorros principalmente de Belém estão da mesma forma. Ontem assistimos o que já vinha sendo recorrente: unidade pronto atendimento com porta fechada, pronto-socorro não mais recebendo paciente”, completa o governador.

A crítica do político emedebista atinge diretamente o trabalho do prefeito de Belém, Zenaldo Coutinho (PSDB). “As pessoas estão indo até a UPA [Unidade de Pronto Atendimento], ficam sem atendimento, e, quando chegam para nós, já estão em um nível de agravamento com obrigação de internação”. 

“Equívoco do governo”

Hélder Barbalho também é duro nas críticas quando o assunto é o posicionamento do governo federal, em especial o do Ministério da Economia. Para o governador do Pará há um equívoco na pasta comandada por Paulo Guedes de avaliar como bomba fiscal a ajuda financeira aos estados durante a pandemia do coronavírus. Na sua visão, basta que o governo tenha “a mesma sensibilidade que tem com os bancos e banqueiros”.

Continua após a publicidade

“Eu acho que há um equívoco por parte do Ministério de Economia de avaliar neste momento de crise, de dor, de perda, que recomposição de ICMS [Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços], recomposição do ISS [Imposto Sobre Serviço de Qualquer Natureza], e de outros impostos, possa ser interpretado como bomba fiscal”, criticou à coluna.

“Estamos num momento de excepcionalidade e o governo federal é o ente da federação que tem reservas que podem neste momento produzir moeda e receita inclusive com a solidariedade do congresso, dos órgãos de contas e órgãos da Justiça. Basta que a mesma sensibilidade que eles têm com os bancos e banqueiros possam ter com a sociedade brasileira”, afirma. 

“Estamos expostos”

Hélder Barbalho teve a Covid-19, com sintomas leves, mas sua voz ainda está nasalada como a de quem se recupera de uma gripe. Essa experiência pessoal, ele admite, fez com que visse a doença com ainda maior preocupação. Jovem, 40 anos, o político alerta que esse vírus não escolhe idade, nem grupo de risco.

Continua após a publicidade

“Todos nós estamos expostos, com ou sem outras comorbidades. Por isso, é fundamental que aqueles que precisam sair possam fazê-lo apenas em casos excepcionais, da forma mais rápida possível, já que o que pode salvar a população em larga escala é o isolamento social – até que consigamos fazer uma travessia menos traumática possível para a sociedade, distensionando o sistema de saúde brasileiro”.

Em meio ao agravamento do quadro de leitos hospitalares e construção a toque de caixa de um hospital de campanha que vai aumentar em 400 o número de leitos no Estado, o governador do Pará vê o mês de abril ter uma queda de arrecadação de ICMS em algo como 10%. A partir de maio, a previsão é de 30%.

“Nós estamos aqui nos desdobrando para que a estratégia fiscal possa ser eficiente neste momento. Tínhamos uma reserva prevista para o ano de 2020, que está sendo consumida. Nossa expectativa é que essa reserva, caso não haja socorro, possa ser a válvula de escape para que possamos atravessar esse momento com o menor prejuízo dos serviços”, explica.

“Exemplo negativo”

Enquanto o país vê algumas regiões começarem a flexibilizar a saída do isolamento social, Pará manteve a redução no horário de funcionamento de estabelecimentos comerciais, industriais e de serviços. Até por isso, Hélder Barbalho afirma que a postura do presidente Jair Bolsonaro de ir contra o isolamento social, incentivando manifestações, é um “desrespeito àqueles que perderam entes queridos e aos profissionais de saúde”.

Continua após a publicidade

“Não colabora, não coopera, é um exemplo negativo que acaba por validar aqueles que desafiam a ciência, desafiam o conhecimento, a medicina e, isto tudo, é um desrespeito aqueles que perderam entes queridos e aos profissionais de saúde que estão na linha de frente para defender todos nós”.

Em relação ao vice-presidente Hamilton Mourão, o governador é só elogios, especialmente no que diz respeito ao Conselho da Amazônia, comandado pelo general. Isso mesmo que o colegiado não conte com a participação de governadores do Norte. “Acho que o vice-presidente Mourão tem se demonstrado alguém habilidoso. É por um lado cobrar e por outro prestigiar”. 

 

Siga a coluna no Twitter, no Instagram e no Facebook 

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Semana Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

Apenas 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (a partir de R$ 8,90 por revista)

a partir de 35,60/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.