Gabinete de crise inicia trabalho para conter Covid-19 em terras indígenas
Grupo foi criado por determinação do ministro do STF, Luís Barroso, que impôs ao governo 5 medidas para combater o avanço da doença nos povos originários
As medidas impostas ao governo pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, para a prevenção de tribos indígenas contra a Covid-19 começaram a ser organizadas. Nesta sexta-feira, 17, o gabinete de crise criado para discutir as ações junto a povos isolados e de recente contato, os mais frágeis diante da violência do novo coronavírus, se reunirá pela primeira vez. Na pauta, estará a organização de barreiras sanitárias em 31 territórios com a presença de índios isolados e de recente contato.
O grupo de trabalho será coordenado pelo Gabinete de Segurança Institucional da Presidência (GSI) e tem representantes do Ministério Público Federal (MPF), da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Abip) e da Defensoria Pública da União (DPU). A equipe tem o prazo de dez dias para apresentar um plano para a concepção dessas barreiras.
Tanto a instalação da sala de situação, quanto a construção das barreiras fazem parte das imposições do ministro Barroso, que atendeu a Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 709, ingressada pela Abip e seis partidos (PSB, PSOL, PCdoB, Rede, PT e PDT). O grupo solicitou que a União tomasse providências para combater a epidemia entre os povos indígenas, incluindo os isolados e de recente contato.
Há um temor cada vez mais crescente entre indigenistas e especialistas nos temas dos povos originários no Brasil de que o coronavírus faça uma devastação ainda maior entre a população indígena.
ASSINE VEJA
Autoridades também vêm se manifestando a respeito da condução do país no combate à doença, em especial em relação aos indígenas. No último fim de semana, o ministro Gilmar Mendes, por exemplo, criticou o governo ao comentar o fato de o Ministério da Saúde estar há 2 meses sob comando interino de um general, referindo-se a Eduardo Pazuello.
Em relação à decisão do ministro Barroso, além da criação da sala de situação e das barreiras sanitárias, ele determinou ainda a inclusão no “Plano de Enfrentamento e Monitoramento da Covid-19 para os Povos Indígenas” de ações emergenciais contra invasores às comunidades indígenas; a imediata extensão dos serviços do Subsistema Indígena de Saúde aos povos aldeados situados em terras não homologadas; e elaboração de um plano por parte da União para a usurpação das terras indígenas.
Os casos de contaminação de povos indígenas são crescentes. Conforme mostrou VEJA, a taxa de mortalidade da Covid-19 entre indígenas (número de óbitos por 100 mil habitantes) é 150% mais alta do que a média brasileira e 19% mais elevada do que a registrada somente na região Norte, a mais crítica entre as cinco regiões do país. Existem no Brasil hoje 900.000 índios, o equivalente a 0,47% da população, divididos entre 305 povos.
O sinal que a nova pesquisa sobre a popularidade de Lula enviou para o mercado financeiro
O que a nova decisão de Moraes sinaliza sobre possível prisão de Bolsonaro
Componentes da Grande Rio denunciam ‘caos’ gerado por Virgínia Fonseca
PF deu de cara com filho de Lula ao cumprir mandado contra ex-nora do presidente
‘A TV aberta está sob xeque’, diz Ernesto Paglia após demissão da Globo







