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Matheus Leitão

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Blog de notícias exclusivas e opinião nas áreas de política, direitos humanos e meio ambiente. Jornalista desde 2000, Matheus Leitão é vencedor de prêmios como Esso e Vladimir Herzog
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Facebook sai na frente do Twitter na briga contra as identidades falsas

Exclusão de contas ligadas a assessor de Bolsonaro mostrou que a rede de Zuckerberg encontrou o caminho para o combate aos crimes de ódio e intimidações

Por Matheus Leitão Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 6 ago 2020, 10h40 - Publicado em 14 jul 2020, 09h11

A decisão de excluir contas ligadas a assessores do presidente Jair Bolsonaro e dos seus filhos mostrou que o Facebook encontrou uma fórmula no caminho estreito entre limpar a rede sem virar censor de conteúdo. Por isso, a rede social, ao divulgar nota na semana passada, quis deixar clara a diferença. Não estava derrubando as páginas pelo conteúdo, mas sim pelo comportamento.

Eram “contas inautênticas” e que enganavam “os outros sobre quem são eles e sobre o que estão fazendo”. Esses usuários se escondem exatamente porque não querem ser responsabilizados pelo que estão propagando. Quando o Facebook revela a verdadeira identidade, eles passam a responder pelas suas postagens. Desta forma, a plataforma acaba inibindo os ataques de ódio.

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O Twitter chegou a fazer alguns movimentos nesse sentido quando excluiu posts de Donald Trump e de Jair Bolsonaro contendo informações falsas, mas agora ficou para trás no combate ao vale-tudo que virou o mundo das redes sociais.

Na avaliação da equipe do Twitter, quando um usuário diz para alguém “que sua língua e sua cabeça tem que ser cortadas” – fato ocorrido recentemente e denunciado à plataforma – isso não é considerado uma ameaça, mas sim liberdade de expressão. Para o Twitter, a ameaça só acontece de fato se a pessoa escrever “Vou cortar a sua língua e a sua cabeça”. Caso a pessoa ofendida reclame, há penalidades brandas para o hater, mas sua conta não é excluída.

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Os especialistas dizem que é até mais fácil identificar no Twitter as contas inautênticas. Normalmente, há poucos usuários, têm nomes misturando signos e números, usam fotos de animais. Costumam fazer um ataque a alguém, gerar uma onda e desaparecer.

Quando fez o movimento na semana passada contra páginas ligadas aos assessores do presidente Bolsonaro e seu filhos, o Facebook – proprietário também do Instagram e WhatsApp – saiu na frente no combate ao ódio nas redes sociais no Brasil e isso não é pouco.

Há uma preocupação crescente no mundo com a publicações de conteúdo raivosos e a divulgação de fake news. Tanto é que anunciantes organizaram um boicote publicitário à rede, iniciativa que teve a adesão de mais de 900 empresas, na tentativa de forçar um comprometimento maior com o combate à disseminação de mensagens racistas e preconceituosas.

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Mark Zuckerberg, fundador do Facebook, resistiu o quanto pôde a tomar qualquer atitude com relação às fake news e às mensagens de ódio. Não reconheceu a manipulação eleitoral em favor de Donald Trump na rede social na campanha de 2016. Mas, o dinheiro falou mais alto. A saída dos mega assinantes acabou sendo o argumento que o convenceu.

Depois que a rede social decidiu banir 35 perfis, 14 páginas e um grupo no Facebook, além de 38 perfis no Instagram – todas contas ligadas ao Partido Social Liberal (PSL) e a funcionários de gabinetes da família Bolsonaro, incluindo um assessor da presidência – a reação dos envolvidos foi fraca. Disseram apenas que é perseguição aos conservadores. O fato de ter mantido todos os assessores nos seus empregos é indicativo de que sua atuação através de “contas inautênticas” era conhecida dos chefes.

Iniciativas como as do Facebook são fundamentais para reduzir a sensação de impunidade que tem servido como um estímulo a que os ataques continuem acontecendo. O direito à liberdade de expressão não pode ser confundido com a permissão para intimidações e ameaças contra pessoas e autoridades públicas, sem penalidades. Nos últimos meses, vimos intensas ameaças contra ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e seus familiares, por exemplo. Especialistas dizem que essas contas são apenas uma pequena parte de um mundo arquitetado desde antes das eleições de 2018.

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Por isso, essa posição do grupo Facebook é importante. É o começo de uma reação. A rede social está considerando impor uma proibição de anúncios políticos durante o período eleitoral nos EUA. A liberdade de expressão é pilar fundamental da democracia, mas não pode ser escudo para a disseminação anônima do ódio e da manipulação política. Combater contas falsas pode ser a forma de revelar a identidade de criminosos para que eles respondam pelas suas palavras e postagens.

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