Produção em massa de cloroquina pelo Exército ajudou a derrubar Teich
Aumento da fabricação do medicamento pelas Forças Armadas subiu de cerca de 250 mil comprimidos a cada dois anos para mais de 500 mil por semana
Uma das pressões que levaram ao anúncio da saída de Nelson Teich do Ministério da Saúde nasceu no Exército, que ampliou em escala nunca vista a produção da cloroquina, medicamento usado contra doenças como malária e lúpus.
Por determinação do presidente Jair Bolsonaro, que tem defendido o uso indiscriminado do medicamento em infectados pelo coronavírus, o Laboratório Químico Farmacêutico do Exército (LQFEx) começou a produzir a cloroquina em larga escala no dia 23 de março, exatamente 52 dias atrás e antes mesmo de Teich assumir a pasta.
A média da produção do laboratório do Exército era em torno de 200 e 250 mil comprimidos a cada dois anos, já que ela era voltada ao consumo interno e para combater a malária. A nova meta de produção, em meio à pandemia, é o de 1 milhão de comprimidos por semana, e já superou os 500 mil a cada sete dias em abril.
Não há comprovação científica de que a cloroquina tem eficácia no combate à Covid-19. Enquanto Luiz Henrique Mandetta foi demitido por defender o isolamento social, Teich foi se desgastando com a negativa em apoiar o uso da cloroquina no tratamento de doentes infectados pelo coronavírus.
Em meio a isso, a produção em massa da cloroquina pelo Exército passou a receber até a ajuda dos laboratórios químicos da Marinha e da Aeronáutica. Sem demanda para a oferta gerada pela nova produção a conta começou a ficar cara demais.
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