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Blog de notícias exclusivas e opinião nas áreas de política, direitos humanos e meio ambiente. Jornalista desde 2000, Matheus Leitão é vencedor de prêmios como Esso e Vladimir Herzog

Centrão se fortalece e aumenta poder de barganha

Para o cientista político Lucio Rennó, partidos do chamado centrão saem fortalecidos após eleições e PT volta a ser derrotado

Por Matheus Leitão Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 17 nov 2020, 16h28 - Publicado em 17 nov 2020, 16h26

As eleições municipais do último domingo, 15, trouxeram mais força para partidos do chamado “centrão” e confirmaram o enfraquecimento do PT, que viu sua militância desmobilizada e pouco empolgada. Essa é a visão do cientista político Lucio Rennó, que conversou com a coluna sobre o significado dos resultados nas urnas para o cenário político nacional.

Em relação aos que saem vitoriosos, destaque para PP e PSD, partidos tradicionais do centrão que aumentaram seu número de prefeituras. Lucio Rennó explica que o centrão é “ideologicamente amorfo e extremamente pragmático”. Por ter flexibilidade ideológica e buscar apoio do governo federal para conseguir a transferência de recursos, o grupo compõe facilmente com qualquer governo que esteja no poder. “Ao conquistar prefeituras, fortalece sua pressão sobre a Câmara dos Deputados e aumenta seu poder de barganha”, destaca Rennó.

Ainda dentro do centrão, o cientista político chama atenção para o crescimento do DEM, que pode estar se aproveitando da perda de espaço vivida pelo PSDB. Segundo ele, PP e PSD crescem com a queda do MDB. DEM cresce com a queda do PSDB. “O PSDB perdeu bastante e está mais enfraquecido, embora ainda tenha a chance de governar capitais importantes. Mas é um partido em decadência”, enfatiza.

Apesar de algumas legendas estarem saindo fortalecidas e outras enfraquecidas neste processo eleitoral,  Lucio Rennó ressalta que a mudança de atores não modifica as agendas. “As agendas desses dois grupos (um centro direita mais ideológico e outro centro direita mais amorfo, embora conservador) não se altera”, afirma.

Sobre o PT, o cientista político explica que o resultado no último domingo, 15, confirma que a queda sofrida pelo partido em 2016 não foi apenas consequência do impeachment e dos escândalos de corrupção. Além disso, a popularidade de Lula não parece atingir de forma positiva a legenda. “É um partido que perde sim pujança. Já não é o que empolga a esquerda. O número de simpatizantes, conforme pesquisas de opinião, vem caindo significativamente”, aponta Rennó.

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Ele também destaca o fato de que o PT tem dificuldade de compor alianças, assim como grande parte das legendas de esquerda. “A esquerda sai sempre desunida no primeiro turno: não consegue encontrar uma forma de compor logo no início do processo eleitoral. Como campanhas geram desgastes, esses acordos de segundo turno tampouco geram empolgação. Será muito importante ver o que ocorrerá em Porto Alegre e São Paulo”, diz o cientista.

Apesar disso, algumas composições já foram feitas: em Porto Alegre, a candidata Manuela D’ávila (PSOL) recebeu o apoio do PT para o segundo turno. Em São Paulo, o petista Jilmar Tatto também declarou apoio a Guilherme Boulos na segunda etapa da disputa.

Para Lucio Rennó, a dificuldade dos partidos de esquerda em fazer acordos fica evidente em situações como as vistas em Fortaleza e Recife. Em Fortaleza, a disputa ficou entre Sarto Nogueira (PDT) e Capitão Wagner (Pros). Por lá, Rennó afirma que PDT e PT não se entendem completamente para formar uma aliança. Em Recife, a competição entre os primos João Campos (PSB) e Marília Arraes (PT) deve distanciar ainda mais o PT do PSB.

O cientista político vê mais probabilidade de alianças entre os partidos de centro direita do que na esquerda. “É mais razoável supor que DEM, PSDB, MDB, PSD e PP se entendam, até por sua flexibilidade ideológica, do que PDT, PT, PSB. A chance de união na esquerda é em alguém de fora desse grupo, e aí PSOL e PC do B, com Boulos, Manuela e Dino passam a ter mais peso nas conversas”, conclui.

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