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Matheus Leitão

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Blog de notícias exclusivas e opinião nas áreas de política, direitos humanos e meio ambiente. Jornalista desde 2000, Matheus Leitão é vencedor de prêmios como Esso e Vladimir Herzog
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Almirante Flávio Rocha, ativo e invisível

O oficial da Marinha ocupa cada vez mais espaço no governo e se mantém na ativa, sem ser pressionado a ir para a reserva

Por Matheus Leitão Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 2 mar 2021, 16h20 - Publicado em 2 mar 2021, 11h48

O Almirante Flávio Rocha é da ativa, está na Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE), mas tem tido cada vez mais influência no governo. Segundo integrantes da gestão Jair Bolsonaro, ele pode vir a assumir a Secretaria Especial de Comunicação Social (Secom) no lugar de Fabio Wajngarten, que já não detém o prestígio de outrora.

Contudo, ao contrário do que acontece com o ministro-chefe da Secretaria de Governo, General Luiz Eduardo Ramos, e com o ministro da Saúde, General Eduardo Pazuello, e outros integrantes das Forças Armadas que assumiram a gestão Bolsonaro, o militar não é cobrado pelo fato de ser da ativa e estar no governo federal. Ramos, por exemplo, foi para a reserva por conta da pressão. Pazuello permanece na ativa.

Mas por que a diferença de tratamento? Na avaliação de um militar de alta patente da ativa, ouvido pela coluna na condição do anonimato, a fórmula que dá ao Almirante Flávio Rocha mais tranquilidade para trabalhar é simples: “em razão de ficar mais em silêncio, de ser discreto e da Marinha não o pressionar”.

De fato, o Almirante Flávio Rocha não tem sido pressionado pela Marinha para ir para a reserva, ao contrário do que fez o Exército com todos os generais da ativa que seguiram, por exemplo, para o Palácio, como o próprio Ramos, o ministro-chefe da Casa Civil, Braga Netto, e o ex-porta voz da presidência Otávio do Rego Barros.

A pressão colocada sobre Ramos – diga-se de passagem, não só pelo Exército, mas pela sociedade civil – gerou desconforto no militar de alta patente. Segundo a coluna apurou, Luiz Eduardo Ramos ficou especialmente chateado  porque acredita que havia muita cobrança sobre ele, General, e nenhuma sobre Flávio Rocha, Almirante.

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O trabalho na Secretaria de Assuntos Estratégicos conta tempo para aposentadoria porque é considerada uma função que pode ser exercida por militares. E a pasta é menos vulnerável a erros visíveis e de impacto imediato, em contraste com Saúde e a articulação política.

O Almirante tem sido também mais estratégico. Trabalhando de forma obsessiva nos bastidores, e cada vez mais desenvolto no governo, Flávio Rocha “assumiu” até outras funções, como na área diplomática. O Almirante tem tentado cobrir as falhas do chanceler Ernesto Araújo. 

Ele tem usado a SAE como ponta de lança para atuar no governo em outras áreas com desenvoltura. É hoje um dos conselheiros que o presidente mais ouve. Mas o fato é que Flávio Rocha permanece na ativa, o que vincula a Marinha a posições cada vez mais espaçosas dentro do governo.

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