Primo de filhos de Bolsonaro é assessor de senador flagrado com dinheiro
Leonardo Rodrigues de Jesus, o Léo Índio, tem salário bruto de quase R$ 23 mil no gabinete de parlamentar alvo de operação da PF
Flagrado na quarta-feira, 14, pela Polícia Federal com dinheiro nas nádegas, o senador Chico Rodrigues (DEM-RR) emprega em seu gabinete Leonardo Rodrigues de Jesus, o Léo Índio, primo de Flávio, Carlos e Eduardo Bolsonaro, filhos do presidente Jair Bolsonaro. O administrador de empresas foi nomeado em abril do ano passado.
O salário bruto de Léo Índio é de 22.943,73 reais. Ele também já foi assessor do primo Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) entre 2006 e 2012 e foi um dos que tiveram o sigilo quebrado nas investigações da “rachadinha”. O administrador é filho de Rosemeire Nantes Braga Rodrigues, irmã de Rogéria Nantes, a mãe dos três filhos políticos de Bolsonaro.
O senador que emprega o primo dos filhos do presidente foi flagrado com dinheiro vivo pela PF em uma operação que ocorreu por determinação do ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), para investigar desvios de verba de combate à pandemia na Secretaria de Saúde de Roraima, a partir de emendas parlamentares.
Em nota divulgada após a operação, o senador disse acreditar “na Justiça dos homens e na justiça divina”. “A Policia Federal cumpriu sua parte em fazer buscas em uma investigação na qual meu nome foi citado. No entanto, tive meu lar invadido por apenas ter feito meu trabalho como parlamentar, trazendo recursos para o combate ao Covid-19 para a saúde do estado. Tenho um passado limpo e uma vida decente. Nunca me envolvi em escândalos de nenhum porte. Se houve processos contra minha pessoa no passado, foi provado na justiça que sou inocente”, afirmou o senador.
Leia a íntegra da nota:
“Acredito na justiça dos homens e na justiça divina. Por este motivo estou tranquilo com o fato ocorrido hoje em minha residência em Boa Vista, capital de Roraima. A policia federal cumpriu sua parte em fazer buscas em uma investigação na qual meu nome foi citado. No entanto, tive meu lar invadido por apenas ter feito meu trabalho como parlamentar, trazendo recursos para o combate ao COVIDI-19 para a saúde do estado.
Tenho um passado limpo e uma vida decente. Nunca me envolvi em escândalos de nenhum porte. Se houve processos contra minha pessoa no passado, foi provado na justiça que sou inocente. Na vida pública é assim, e ao logo dos meus 30 anos dentro da política conheci muita gente mal-intencionada a fim de macular minha imagem. Ainda mais em um período eleitoral conturbado como está sendo o pleito em nossa capital.
Digo a quem me conhece que, fiquem tranquilos. Confio na justiça, vou provar que não tenho, nem tive nada a ver com qualquer ato ilícito. Não sou executivo, portanto, não sou ordenador de despesas, e como legislativo sigo fazendo minha parte trazendo recursos para que Roraima se desenvolva. Que a justiça seja feita e que se houver algum culpado que seja punido nos rigores de lei.
Chico Rodrigues