Por que a CPI desistiu de chamar Queiroga novamente para depor
Previsto inicialmente para semana que vem, novo depoimento do ministro da Saúde foi cancelado pelos membros da comissão, que deverão ouvir médico no lugar

A CPI da Pandemia no Senado desistiu de convocar novamente o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, para prestar depoimento. Seria a terceira oitiva dele. Um importante membro da comissão afirmou que a avaliação majoritária foi de que a CPI não deveria dar palanque para o ministro de Jair Bolsonaro na reta final dos trabalhos. No lugar de Queiroga, o grupo estuda convocar para a próxima segunda-feira, 18, o médico Carlos Carvalho, que coordenou um estudo da Conitec (Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS) que emitiu parecer contrário ao uso de medicamentos sem eficácia comprovada no combate à Covid-19.
Outras convocações feitas pela CPI acabaram virando palanque, conforme avaliaram reservadamente alguns membros do próprio colegiado. Foi o caso do empresário Luciano Hang, no final de setembro, que levou cartazes para exibir durante sua oitiva e acabou tendo a sessão marcada por bate-bocas. A próxima semana será a última da CPI, após quase seis meses de trabalho. A leitura do relatório final, elaborado pelo senador Renan Calheiros (MDB-AL), está prevista para terça-feira, 19, e sua votação, para o dia seguinte. A lista de investigados tem 37 nomes até o momento. Além deles, o relatório final deverá citar os filhos do presidente, o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) e o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), e as deputadas Bia Kicis (PSL-DF) e Carla Zambelli (PSL-SP) por suposto envolvimento em disseminação de fake news durante a pandemia.