Os 9 ofícios que Doria enviou a Pazuello e Queiroga sobre ‘kit intubação’
Governo de São Paulo vem se queixando desde o início de março da falta de medicamentos para tratar pacientes graves de Covid-19
A possibilidade de escassez de medicamentos necessários para tratar pacientes de Covid-19 em estado grave, o chamado “kit intubação”, tende a ser o primeiro grande problema do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, que tomou posse no dia 23 de março.
O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), vem alertando sobre a falta dos produtos desde março, quando a gestão anterior, do general Eduardo Pazuello, decidiu tomar medidas administrativas para centralizar a compra dos remédios do kit diante do agravamento da crise em todo o país.
Desde o dia 9 de março, o governo de São Paulo enviou nove ofícios ao Ministério da Saúde avisando sobre a urgência de reforçar os estoques dos medicamentos (confira aqui os documentos na íntegra) — os últimos cinco foram endereçados a Queiroga, enquanto os quatro anteriores foram encaminhados a Pazuello.
No último ofício, enviado na terça-feira, dia 13, o governo Doria afirma que os hospitais paulistas com leitos de Covid-19 estão em situação de “pré-colapso” e podem sofrer “desabastecimento dos medicamentos (…), caso o Estado não receba medicamentos adquiridos e requisitados pelo Ministério da Saúde”.
Nesta quinta-feira, dia 15, o governador foi às redes sociais declarar que ainda não recebeu nenhuma resposta do ministro.e que irá adotar “providências” para adquirir os medicamentos no mercado internacional. “É omissão e descaso do governo federal com a população”, acusou Doria.
Após reuniões com representantes dos estados e do legislativo, nesta quarta-feira, dia 14, Queiroga chegou a comentar sobre o tema, anunciando que deve receber em até dez dias os medicamentos por meio de uma iniciativa da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) e que irá abrir um pregão internacional para adquirir novas remessas.