O tamanho do barulho bolsonarista nas redes a favor do voto impresso
Mais de meio milhão de postagens foram publicadas nos últimos dias, a maioria é contra o tema, apesar dos governistas serem os maiores impulsionadores
Obsessão de Jair Bolsonaro, a defesa do voto impresso nas redes tem sido puxada por deputados da sua base ideológica. Somente na última semana, 521.541 menções no Twitter foram feitas sobre o tema. Cerca de 32% das postagens publicadas foram a favor da proposta, segundo a agência de pesquisa e inteligência de dados, Quaest. Uma média superior a dos meses anteriores.
As deputadas bolsonaristas Bia Kicis (PSL-DF), que também é autora da PEC (Proposta de Emenda Constitucional), e Carla Zambelli (PSL-SP) lideram a campanha a favor do voto impresso nas redes. Cada uma, desde maio de 2021, fez 113 e 101 postagens sobre o tema, respectivamente.
Além das deputadas, aparecem com grande número de postagens Filipe Barros (PSL-PR), Carlos Jordy (PSL-RJ), Major Vitor Hugo (PSL-GO), o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos RJ) e Carol De Toni (PSL-SC).
O recorde de menções, 293.085, aconteceu no dia 16 de julho, quando a votação da PEC na Comissão Especial da Câmera foi adiada para agosto. Por pouco, o texto não acabou sendo rejeitado no mesmo dia. Os governistas ganharam tempo para tentar virar o jogo. Na oportunidade, 31% dos tweets feitos eram a favor do voto impresso.
Em seus perfis no Twitter, os bolsonaristas atacam o TSE (Tribunal Superior Eleitoral), criticam ministros do STF (Supremo Tribunal Eleitoral), afirmam que a urna eletrônica não permite formas de auditagem e que não é segura contra fraudes, contrariando a opinião dos especialistas e as evidências existentes sobre o assunto. O deputado da oposição Marcelo Freixo (PSB-RJ), com 32 tweets, é o terceiro com maior volume de publicações. O parlamentar vê a tese bolsonarista do voto impresso como uma ameaça a democracia e um favorecimento a “milícias eleitorais”.
Apesar do esforço bolsonarista nas redes sociais, as chances de a PEC ser aprovada são pequenas. A comissão passou por um esvaziamento, onze partidos, inclusive da base de Bolsonaro, se uniram e trocaram parlamentares favoráveis à pauta por outros contrários ao voto impresso.