O bolsonarismo ideológico, ao que parece, já aceitou Bolsonaro no Centrão
Filiação ao PL reúne a ‘Capitã Cloroquina’; o presidente da Fundação Palmares, Sérgio Camargo; e a deputada Bia Kicis; nas redes, críticas só da oposição
O evento de filiação do presidente Jair Bolsonaro ao PL, realizado na manhã desta terça, 30, em um hotel na região central de Brasília, reuniu vários ícones da ala mais ideológica do bolsonarismo.
Circularam pela cerimônia, por exemplo, a secretária de Gestão do Trabalho do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro, que ficou conhecida como “Capitã Cloroquina” por defender o medicamento ineficaz contra a Covid-19; o presidente da Fundação Palmares, Sérgio Camargo, que trava uma luta contra o movimento negro e o comunismo; e o secretário da Pesca, Jorge Seif, que já foi investigado sob a suspeita de ter sido um dos impulsionadores dos atos antidemocráticos de 7 de Setembro.
Também estavam por lá parlamentares representantes desse núcleo ideológico, como as deputadas Bia Kicis (PSL) e Caroline de Toni (PSL-SC), que também deverão ir para a legenda do Centrão.
A curiosidade é que o recuo de Bolsonaro na filiação com o PL, na primeira metade de novembro, ocorreu, segundo informações de bastidores, em razão da repercussão negativa nas redes sociais bolsonaristas da aproximação do presidente com o partido do Centrão comandado pelo mensaleiro Valdemar Costa Neto. Essa insatisfação teria chegado ao presidente por meio do filho Zero Dois do presidente, Carlos Bolsonaro.
Nesta terça-feira, os bolsonaristas ideológicos, aparentemente, se deram por vencidos – entre eles o tema não repercutiu nas redes sociais. Apenas a oposição aproveitou para cutucar o presidente e seus aliados, como Eduardo Bolsonaro e o general Augusto Heleno, que um dia criticaram publicamente o Centrão.