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Por José Benedito da Silva
A política e seus bastidores. Com Laísa Dall'Agnol, Victoria Bechara, Bruno Caniato, Valmar Hupsel Filho, Isabella Alonso Panho e Adriana Ferraz. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
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Líder caminhoneiro de 2018 vê ‘chacota’ de Bolsonaro e mantém greve na 2ª

Wallace Landim, o Chorão, diz que categoria não precisa de auxílio de 400 reais e que anúncio desta sexta de congelar o ICMS dos combustíveis é insuficiente

Por Reynaldo Turollo Jr. 29 out 2021, 19h01

Um dos principais líderes dos caminhoneiros na greve de maio de 2018 que paralisou o país por onze dias durante o governo de Michel Temer, o presidente da Abrava (Associação Brasileira de Condutores de Veículos Automotores), Wallace Landim, afirma que a categoria vai parar na próxima segunda-feira, 1º, mesmo com o auxílio de 400 reais que o governo Jair Bolsonaro anunciou – e que ele vê como “chacota” – e com o anúncio nesta sexta, 29, de que os estados vão congelar o ICMS por noventa dias para ajudar a conter a alta do preço dos combustíveis.

“Estamos bem organizados, a gente vem numa linha de trabalho buscando apoio de outros segmentos. Não é só o transportador autônomo que está sofrendo, hoje estamos falando de toda a sociedade, todos os segmentos que não conseguem mais se manter. Tenho certeza que terá uma compreensão bem maior do que em 2018, porque o povo também está sofrendo com o combustível”, diz Landim, conhecido como Chorão.

Quanto à ideia de Bolsonaro de pagar auxílio, o líder dos caminhoneiros afirma que a vê “como chacota, como piada”. “A categoria não precisa de auxílio. Deixa o auxílio para quem realmente está precisando. O mínimo que a classe está cobrando é dignidade para poder trabalhar. Nós temos lei vigente que não está sendo cumprida”, diz, referindo-se à norma que instituiu em 2018 a tabela do frete – que ele chama de planilha de custo. Segundo Chorão, os preços previstos não estão sendo aplicados e a ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) não fiscaliza. A constitucionalidade da lei está em discussão em três ações no Supremo Tribunal Federal ajuizadas por entidades da indústria e do agro contrárias ao tabelamento. Elas alegam que o tabelamento – ou a planilha de custo, como querem os caminhoneiros – viola o princípio da livre iniciativa do mercado.

O anúncio desta tarde do Confaz (Conselho Nacional de Política Fazendária), que reúne governo federal e secretários de Fazenda dos estados, de congelar o ICMS até 31 de janeiro de 2022, é insuficiente para desmobilizar a categoria, de acordo com Chorão. “Essa não é uma iniciativa do governo federal, é dos governadores. Agora vamos ver o que o presidente, a Petrobras e o Ministério da Economia vão fazer. E vamos ver quem o presidente vai passar a culpar no lugar dos governadores. Vai ter que arrumar outra pessoa”, diz. Integrantes do governo e o próprio Bolsonaro costumam culpar o ICMS, um imposto estadual, pela alta dos preços dos combustíveis.

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Crise com Tarcísio

Escalado pelo governo para negociar com os caminhoneiros, o ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, virou alvo das lideranças da categoria. A situação piorou nos últimos dias depois que começou a circular um vídeo no qual Tarcísio afirma que não vai haver greve na segunda-feira e que é natural que alguns caminhoneiros saiam do mercado.

“Eu não faço questão de conversar com ele mais. Faz mais de três anos que a gente conversa, participa de reunião. Quando você senta com ele, seu segmento é o melhor do mundo. Quando a classe econômica senta, o agro, vai ser a melhor coisa para o agro. Depende de quem senta à mesa, a narrativa muda”, diz Chorão sobre os encontros com o ministro – que já sinalizou ser contrário à lei que estabelece os valores do frete, segundo o caminhoneiro.

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