A negociação para Jair Bolsonaro voltar ao PSL emperrou. O motivo principal do impasse tem nome, sobrenome e o presidente conhece muito bem: Julian Lemos, deputado federal pela Paraíba e um dos ex-amigos que o capitão deixou no partido.
Bolsonaro está conversando com uma penca de legendas, entre elas Patriotas, PP, PTB e os miúdos DC e PMB, além do PSL, que havia despontado como favorito nos últimos tempos. A todos, ele faz a mesma exigência para se filiar: assumir o controle total da sigla, o que dificulta substancialmente um acordo.
No caso do PSL, Bolsonaro também impôs como condição a expulsão de vários desafetos, como os deputados Joice Hasselmann (SP), Junior Bozzella (SP) e Lemos, que era um dos seus aliados mais próximos durante a campanha presidencial. O descarte de Lemos, porém, não foi aceito pela cúpula o PSL, comandado por Luciano Bivar e Antonio Rueda. Diante do impasse, as conversas esfriaram.
O imbróglio foi relatado pelo próprio Bolsonaro a Roberto Jefferson, presidente do PTB, com quem se reuniu na terça, 13. Jefferson se encontrou com o presidente para, mais uma vez, tentar convencê-lo a se tornar seu correligionário. Mas, desta vez, não só isso. Ele queria a bênção de Bolsonaro para tentar atrair à legenda os ministros Damares Alves (Mulher, Família e Direitos Humanos) e Gilson Machado (Turismo).
Bolsonaro pediu um tempo para que fosse feito tudo junto, ou seja, as acomodações partidárias de integrantes do governo ocorressem quando ele, presidente, decidisse para onde ir. No início do ano, ele havia anunciado que definiria sua nova casa até março. Nada até agora, meados de abril.
A solicitação para que Jefferson recuasse dos convites, surpreendentemente, foi mais do que bem recebida. Ele enxergou no pedido de Bolsonaro uma sinalização de que o capitão pode acabar optando pelo PTB, algo tido como pouquíssimo provável por aliados próximos do presidente. Pelo menos até outro dia.