Assine VEJA por R$2,00/semana
Imagem Blog

Maquiavel Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO

Por José Benedito da Silva
A política e seus bastidores. Com Laísa Dall'Agnol, Victoria Bechara, Bruno Caniato, Valmar Hupsel Filho, Isabella Alonso Panho e Adriana Ferraz. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
Continua após publicidade

Cinco prejuízos que o adiamento do Censo pode causar ao Brasil

Base de dados defasada prejudica orientação de políticas públicas e abala credibilidade do país

Por Eduardo Gonçalves Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 23 abr 2021, 17h34 - Publicado em 23 abr 2021, 16h38

O censo demográfico foi adiado novamente por falta de previsão orçamentária. A informação foi confirmada pelo secretário especial de Fazenda do Ministério da Economia, Waldery Rodrigues, nesta sexta-feira, dia 23, um dia depois do presidente Jair Bolsonaro sancionar o Orçamento de 2021, com previsão de 17 bilhões de reais em emendas parlamentares.

O levantamento do Censo previsto inicialmente para 2020 já havia sido suspenso no ano passado devido ao avanço da pandemia de Covid-19. Na ocasião, já representou uma ruptura na tradição prevista na Lei 8.184, de 1991, que define que os censos demográficos deveriam ocorrer a cada dez anos.

Os prejuízos decorrentes desse segundo adiamento são incalculáveis. VEJA consultou especialistas e listou abaixo os cinco problemas principais:

1) Perda de eficiência e foco nas políticas públicas:
Num país já carente de estatísticas, o Censo é responsável por fazer um raio-x de diferentes áreas da população, como nível de educação, renda, saúde, saneamento, mercado de trabalho etc. Com isso, ele é a principal base de dados que abastece programas sociais, como o Bolsa Família e o auxílio emergencial. Com os números defasados, esses programas ficam sujeitos a não detectarem novos rincões de pobreza que podem estar se formando.

Continua após a publicidade

2) Impacto no federalismo:
A ferramenta funciona como uma bússola que indica em que lugar é melhor alocar ou economizar os recursos do contribuinte. E, por isso, orienta o tamanho dos repasses destinados a municípios e estados. Sem o Censo atualizado, uma determinada cidade que teve forte crescimento populacional nos últimos anos pode receber menos recursos do que uma que passou por um fluxo de emigração, por exemplo.

3) Reflexo nas pesquisas do setor privado:
A falta de dados novos não impactam só o setor público. No privado, pesquisas sobre preferências eleitorais e tendências do mercado consumidor e financeiro costumam utilizar o Censo para formar a sua base de informações. Dessa forma, ao cruzar com dados de 2010, os trabalhos acabam perdendo qualidade e eficiência na hora de reproduzir a realidade.

4) Afeta a credibilidade do país perante a comunidade internacional:
Sem uma base de dados adequada, o Brasil se iguala a países falidos ou em estado de guerra que não produzem levantamento estatístico confiável conforme padrões internacionais. Também abala a confiança de governos, fundos e empresas estrangeiras em investir em um país que não tem uma base de dados atualizada.

Continua após a publicidade

5) Prejudica ações de combate à Covid-19:
Um censo atual seria importantíssimo para fornecer informações a duas áreas que têm relação direta com a pandemia do novo coronavírus. Uma é orientar de forma mais eficaz as campanhas de vacinação pelo país, tendo dados mais atualizados sobre as pessoas mais velhas e vulneráveis – público-alvo para receber os imunizantes. A outra é conhecer os problemas e desafios da educação do país devido ao fechamento das escolas, como por exemplo saber quantas crianças hoje não têm acesso a internet em casa ou a três refeições por dia.

Para a ex-presidente do IBGE Susana Guerra e o diretor indicado para a sua vaga Eduardo Neto, a não realização do Censo deste ano “fragilizará” as ações governamentais pós-pandemia.”Além de ser um instrumento fundamental para o pacto federativo e a calibragem da democracia representativa, a contagem da população permite a determinação dos públicos-alvo de todas as políticas públicas nos âmbitos federal, estadual e municipal”, escreveram os dirigentes em carta publicada em março.

 

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.