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O juro caiu. Falso.

Na era da pós-verdade. Assim como a família Bretas não entende de joias, o Banco Central não está reduzindo a Selic.

Por Lillian Witte Fibe 26 out 2017, 13h22

O espetáculo da votação da denúncia ontem contra Temer na Câmara dos Deputados não deixou dúvidas.
Os que defendem o governo se agarram ao argumento sobre a retomada do crescimento.
É falso pregar que a política econômica segue em rota decente e isolada das obscenidades praticadas a céu aberto para amealhar votos dos parlamentares.
Premiar quem já não paga impostos (medida provisória de parcelamento de dívidas tributárias sancionada ontem pelo presidente = Refis), incentivar o lucro obtido com mão de obra escrava, cancelar privatizações como a do aeroporto de Congonhas em troca de votos do partido de um dos mais célebres condenados no mensalão (26 dos 39 deputados do PR de Valdemar Costa Neto votaram a favor de Temer), reduzir multa por crimes contra o meio ambiente.
Tudo isso é sinônimo não só de violação de direitos humanos e civis, mas também de irresponsabilidade fiscal.
Logo depois da vitória do governo ontem, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, abraçou o discurso da reforma da Previdência, música para os ouvidos do mercado e das agências de risco.
Disse que, do jeito que está, a Previdência tira dos pobres para dar aos ricos.
Bonito, né?
Acontece que são as organizações criminosas que roubam de todos nós para doar a alguns escolhidos, e não a Previdência, tampouco as leis trabalhistas, como também se convencionou propagandear.
É impressionante como tamanhas mentiras convenientemente colam na opinião pública.
Não existe política econômica decente em regime de governo indecente.
Assim como não existe queda de taxa de juro, outra “pós-verdade” divulgada também ontem depois da reunião do Banco Central.
Ora bolas, se a inflação é a mais baixa em 19 anos, e a Selic caiu a níveis d 4 anos atrás, que conclusão maluca é essa, baseada apenas nas taxas nominais?
Veja: de janeiro a setembro do ano passado, a inflação foi de 7,15%, e a Selic, de 10,44%. Juro real: 3%.
De janeiro a setembro de 2017, temos uma inflação de 1,42% e uma Selic, também acumulada nos primeiros nove meses do ano, de 8%. Juro real: 6,5%.
Assim como é falso que a família Bretas entenda de joias, como quis fazer acreditar o ex-governador Sérgio Cabral dia destes, também é falso que o juro esteja caindo.
Foi a inflação que despencou, e o mérito não é da celebrada equipe econômica.
Os preços caíram por causa da recessão e, principalmente, por causa da conjuntura internacional.
Mas essa é outra história.
Ah, sim: neste momento, o juro real do Brasil é o terceiro maior do mundo.
Só perde para a Turquia e para a Rússia.


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