Avatar do usuário logado
Usuário
OLÁ, Usuário
Ícone de fechar alerta de notificações
Avatar do usuário logado
Usuário

Usuário

email@usuario.com.br
Resoluções Ano Novo: VEJA por apenas 5,99
Imagem Blog

Letra de Médico

Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Orientações médicas e textos de saúde assinados por profissionais de primeira linha do Brasil

O que é beber moderadamente, afinal?

O consumo de bebida alcoólica é indicado de forma moderada, mas você sabe quanto de álcool ou bebida isso representa? O médico Ben-Hur Ferraz Neto explica

Por Ben-Hur Ferraz Neto
23 jun 2017, 12h48 •
  • Inicialmente, caros leitores, devemos saber que o consumo de álcool acima dos limites médicos recomendados se traduz em um grave problema de saúde publica, além de mexer com o bolso de cada um de nós, por todas as doenças que acarreta. Vocês sabiam que, no mundo, segundo dados da Organização Mundial da Saúde, ocorrem, anualmente, mais de 3 milhões de mortes resultantes do uso excessivo do álcool? Isso representa uma morte a cada 10 segundos. Dois terços delas em homens e um terço em mulheres.

    No mundo, o uso prejudicial de bebidas alcoólicas está relacionado com 22% dos suicídios, 22% da violência inter-pessoal, 15% das lesões causadas no trânsito, 30% dos cânceres de boca e garganta, 25% das pancreatites, 12% dos casos de tuberculose, 10% dos cânceres de intestino grosso, 8% dos cânceres de mama, 8% das doenças cardíacas e 50% dos casos de cirrose.

    No Brasil, apenas 12% dos homens e 30% das mulheres se consideram abstêmios. Além disso, o Brasil é o terceiro país das Américas com mais mortes relacionadas pelo uso excessivo do álcool, sendo a principal causa, tanto entre homens como mulheres, a cirrose.

    O que significa beber moderadamente?

    Frente a estes dados assustadores, cabe a cada um de nós a conscientização dos fatos e, principalmente, o entendimento dos limites a serem respeitados para evitar estarmos incluídos, futuramente, nas tristes estatísticas acima. A primeira pergunta deve ser: Existe um limite saudável para a quantidade de bebida alcoólica consumida?

    A resposta é sim, existe! O limite seguro à saúde, tanto de homens como mulheres, é do consumo de 14 unidades por semana, desde que você não possua doenças como hepatites, pancreatites, cirrose, entre outras, que contra-indiquem qualquer consumo de álcool.

    Agora, resta-nos saber o que são 14 unidades por semana. Cada unidade representa 10 mililitros ou 8 gramas de álcool puro, ou seja, 140 mililitros ou 112 gramas de álcool por semana.

    Continua após a publicidade

    Na prática, para fácil e indesculpável compreensão dos leitores, isso representa: nove chopps de 300 mililitros por semana (1,5 chopp por dia) ou seis taças de 175 mililitros de vinho por semana (equivalente a ½ lata de refrigerante ao dia) ou 14 doses de 25 mililitros de destilados por semana (½ xícara de café de destilado por dia).

    Os riscos de beber em excesso

    Conhecendo agora o limite de consumo de álcool de forma saudável, vamos a outras dúvidas frequentes sobre o assunto. Será que o tipo de bebida faz diferença? Os fermentados agridem menos o fígado do que os destilados, por exemplo?

    Na verdade, o que importa é a quantidade de álcool ingerida. Por exemplo, uma cerveja tem, em média, 5% de teor alcoólico, o vinho, ao redor de 13% e o wisky, por volta de 40%. É só fazermos as contas….

    Mesmo respeitando a quantidade de 14 unidades por semana é aconselhável dividir esta quantidade em três ou mais dias. A ingestão destas mesmas 14 unidades em apenas um único dia da semana aumenta o risco de doenças e de suas complicações.

    Continua após a publicidade

    Diferenças entre idade e gêneros

    Outro aspecto importante é a idade de iniciação ao uso de bebidas alcoólicas. Cada um de nós tem a obrigação de fiscalizar que menores de 18 anos não façam uso do álcool. Quanto mais cedo a iniciação do uso de bebidas alcoólicas na vida de um indivíduo, maior o risco de abusos e de seus efeitos nocivos a médio e longo prazo.

    Quanto aos gêneros, masculino e feminino, preconiza-se a mesma quantidade como limite de segurança. Contudo, homens e mulheres processam o álcool no organismo de formas distintas. Homens têm, habitualmente, maior peso e tamanho, além de uma proporção maior de água em relação à gordura quando comparados às mulheres. Isso faz com que os níveis sanguíneos de álcool nas mulheres possam estar mais elevados que os dos homens, após a ingestão da mesma quantidade de bebidas alcoólicas.

    Então, a pergunta: por que a mesma dose limite é recomendada?

    É sabido que homens (e não se sabe por quanto tempo) ainda apresentam maior tendência ao uso do álcool e bebem, em média, mais do que as mulheres. Todavia, é importante sabermos que mulheres que bebem mais de 14 unidades por semana apresentam maior chance de desenvolver doenças correlacionadas do que os homens.

    Apenas com o intuito de exemplificar e ser didático, um homem e uma mulher que bebem, por vários anos seguidos, 35 unidades por semana, o que equivale a 15 taças médias de vinho (duas ao dia) ou três chopps ao dia, apresentam, respectivamente, 8% e 12% de chance de virem a falecer de doenças causadas pelo álcool. Ou melhor, nestas proporções as mulheres apresentam 50% mais chance de doenças graves que levem à morte, comparadas aos homens.

    Continua após a publicidade

    Na gravidez, NÃO!

    Seria um enorme desperdício se eu não enfatizasse neste artigo que o consumo de bebidas alcoólicas durante a gravidez, em qualquer quantidade, traz efeitos comprovados e gravíssimos sobre o desenvolvimento do feto. O consumo de álcool está ABSOLUTAMENTE contra-indicado na gestação.

    Assim, espero contribuir com a saúde de cada leitor, de seus familiares e amigos, pois a partir de agora não existem mais desculpas. Cada um de vocês tem o conhecimento para explicar o que significa “beba com moderação”.

    Aproveitem a vida com saúde!

     

    Letra de Médico - Ben-Hur Ferraz Neto
    (Felipe Cotrim/VEJA.com)
    Continua após a publicidade

     

    Quem faz Letra de Médico

    Adilson Costa, dermatologista
    Adriana Vilarinho, dermatologista
    Ana Claudia Arantes, geriatra
    Antonio Carlos do Nascimento, endocrinologista
    Antônio Frasson, mastologista
    Artur Timerman, infectologista
    Arthur Cukiert, neurologista
    Ben-Hur Ferraz Neto, cirurgião
    Bernardo Garicochea, oncologista
    Claudia Cozer Kalil, endocrinologista
    Claudio Lottenberg, oftalmologista
    Daniel Magnoni, nutrólogo
    David Uip, infectologista
    Edson Borges, especialista em reprodução assistida
    Fernando Maluf, oncologista
    Freddy Eliaschewitz, endocrinologista
    Jardis Volpi, dermatologista
    José Alexandre Crippa, psiquiatra
    Ludhmila Hajjar, intensivista
    Luiz Rohde,
    psiquiatra
    Luiz Kowalski, oncologista
    Marcus Vinicius Bolivar Malachias, cardiologista
    Marianne Pinotti, ginecologista
    Mauro Fisberg, pediatra
    Miguel Srougi, urologista
    Paulo Hoff, oncologista
    Paulo Zogaib, medico do esporte
    Raul Cutait, cirurgião
    Roberto Kalil – cardiologista
    Ronaldo Laranjeira, psiquiatra
    Salmo Raskin, geneticista
    Sergio Podgaec, ginecologista
    Sergio Simon, oncologista

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    RESOLUÇÕES ANO NOVO

    Digital Completo

    A notícia em tempo real na palma da sua mão!
    Chega de esperar! Informação quente, direto da fonte, onde você estiver.
    De: R$ 16,90/mês Apenas R$ 1,99/mês
    RESOLUÇÕES ANO NOVO

    Revista em Casa + Digital Completo

    Receba 4 revistas de Veja no mês, além de todos os benefícios do plano Digital Completo (cada revista sai por menos de R$ 7,50)
    De: R$ 55,90/mês
    A partir de R$ 29,90/mês

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$23,88, equivalente a R$1,99/mês.