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O que a pandemia está fazendo com a nossa pele? Como cuidar dela

Entre os problemas com maior incidência no último ano estão herpes, acne e dermatite, além da queda de cabelo

Por Adriana Vilarinho
4 jun 2021, 10h25

Estresse, processos oxidativos e inflamatórios, envelhecimento precoce. São vários os impactos provocados na pele e nos cabelos por conta da pandemia, seja em quem contrai a Covid-19 ou mesmo por toda a tensão que vivenciamos, especialmente nessa nova fase, com grande aumento de casos.

Nos primeiros meses de 2020 vivemos um período bastante estressante em que, além das incertezas, tínhamos pouca informação sobre o vírus que se espalhou pelo mundo. Mais de um ano depois, o desgaste que sentimos não é apenas emocional e reflete-se em nosso organismo, com manifestações internas e externas.

Já sabemos hoje que entre tantos sintomas da doença, alguns afetam a pele dos pacientes. Em um dos primeiros diagnósticos que acompanhei, a pessoa teve lesões de urticária, com placas vermelhas em todo o corpo e uma coceira intensa. Essa manifestação acontece porque o vírus provoca um processo inflamatório que pode envolver também a pele e causar uma vasculite.

Temos visto diversos tipos de lesões cutâneas como consequência da Covid-19, sintomas constatados em várias pessoas, tal qual em outras viroses, como escarlatina, rubéola e sarampo. Entretanto, afeta a nossa pele também por outro motivo: pelo estresse físico e emocional, que aumenta os níveis de cortisol. Como o organismo precisa proteger os órgãos internos desse desequilíbrio, pode manifestar-se em consequências na pele, no cabelo e nas unhas.

A principal queixa que temos recebido no consultório é do aumento da queda de cabelo, junto com lesões de pele como herpes simples e zoster. Essas reações voltaram a se intensificar no final do ano passado e a partir dos primeiros meses deste ano, com a piora da situação da saúde no país.

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Também existem muitas manifestações de acne inflamatória, principalmente nos locais em que a máscara entra em contato com a pele do rosto, provocando atrito por períodos prolongados. Há, ainda, pessoas com dermatite, ficando com o canto do nariz e da boca irritados, com coceira, ardência e em alguns casos até descamação, reflexo do estresse, uso de máscara e má higiene na região.

Para minimizar esses efeitos é importante cuidar da higiene: trocar a máscara a cada quatro horas, manter a rotina de skincare pela manhã e à noite e, se possível, no meio do dia. Recomendo lavar o rosto, passar tônico, hidratante e filtro solar mesmo para quem usa máscara ou vai ficar em casa.

Muitos profissionais precisam utilizar máscara por oito, nove e até mais dez horas. Durante o uso, há liberação de saliva e transpiração, e com o local abafado a possibilidade de contaminação é bem maior. Por isso, fazer trocas constantes é fundamental e se não usar máscara descartável, substituir periodicamente a de tecido e utilizar as que têm forro de algodão, porque absorvem melhor a umidade, evitando proliferação de bactérias e fungos. A limpeza das máscaras também exige cuidado especial, com lavagem com sabão a cada uso e, se possível, passar ferro quente ou deixar secar ao sol.

Outra parte sensível do nosso corpo que tem sentido efeitos adversos são as mãos. A necessidade de lavar com maior constância e passar álcool acaba afetando a pele do local, que necessita de mais hidratação. Recomendo uma receita caseira simples, com uma medida – pode ser uma colher de sopa – de vaselina sólida e uma medida igual de óleo de amêndoa ou rosa mosqueta. Preparar um mix, guardar em um pote e antes de dormir passar nas mãos e nos pés para combater o ressecamento.

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Essa mistura ajuda ainda a melhorar as cutículas, que têm ficado mais inflamadas nesse processo, necessário, de higienização regular. Percebi ainda um maior número de registros de paroníquia (infecção) e micose nas unhas das mãos, o que não é tão comum. A dica para esse período é não tirar muito a cutícula, preferir empurrá-la, além de aplicar vaselina, como sugerido antes.

Como os hábitos saudáveis de vida ajudam a evitar o estresse, que se reflete nessa série de problemas na pele, cabelos, unhas e em todo o corpo, fica a recomendação: ter uma boa alimentação, dormir bem, meditar, praticar atividade física e manter os cuidados de skincare. E não descuidar das consultas e exames de rotina para acompanhar marcadores como vitamina D, zinco, proteínas totais e frações, entre outros, para manter a completa saúde do organismo.

A dermatologista Adriana Vilarinho
A dermatologista Adriana Vilarinho (Ricardo Matsukawa/VEJA.com)

 

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