Câncer de mama: o recomeço após o tratamento
O diagnóstico e o tratamento do câncer de mama exigem tempo e atenção e pode ser difícil para algumas mulheres retomarem a vida e a rotina após esse período
O diagnóstico e o tratamento do câncer de mama exigem tempo e atenção de todos: pacientes, equipe medica e familiares. São meses dedicados a visitas quase que semanais a médicos das mais diferentes especialidades, exames de imagem, seções de quimioterapia, revisões cirúrgicas, visitas de enfermagem, tratamento radioterápico e uma grande quantidade de exames laboratoriais.
A perda dos cabelos e a eventual necessidade de remoção das mamas – mesmo naquelas pacientes submetidas à reconstrução – associada à variação do peso, secundário ao tratamento medicamentoso, faz com que muitas mulheres fiquem sensíveis em relação à sua imagem corporal. Estes fatores podem, frequentemente, levar a episódios de depressão, ansiedade e perda da libido.
O tratamento da doença passa a ser o evento principal na agenda da paciente e de seus cuidadores, fazendo com que ocorra, neste período, um isolamento social involuntário, ainda que às vezes, oportuno.
Lembro-me de uma paciente que ao terminar a radioterapia, e já tendo passado pela cirurgia e pela quimioterapia, veio a mim para uma consulta de revisão. A queda dos cabelos havia sido evitada pelo uso da touca térmica, e as mamas estavam, segundo palavras dela, “mais bonitas do quando era adolescente”.
No fim da consulta, disse que a veria novamente em seis meses. Foi quando percebi seu olhar perdido e assustado, e ela me disse: “Seis meses? O que eu devo fazer neste tempo?”. Ela tinha sido “abraçada” com segurança pela equipe do Grupo de Mama e do Centro de Oncologia do Hospital Albert Einstein há mais de um ano – caminhando pelos corredores, encontrando seus médicos, fazendo os exames e as terapias necessárias, e agora não sentia segurança em passar tanto tempo longe daqueles que a assistiram.
Buscando apoio após o tratamento do câncer
Felizmente, graças aos avanços obtidos nas últimas décadas, muitas mulheres podem desfrutar de uma vida longa, mesmo após um diagnostico de câncer. No entanto, a qualidade de suas vidas pode ser dificultada pelos efeitos psicossociais negativos decorrentes do diagnóstico e do tratamento, e pelo medo do retorno da doença. Dentro deste contexto, também é preciso saber quando é a hora de buscar ajuda não apenas para o corpo, mas também para a mente.
Nestas circunstâncias, a busca de um suporte emocional passa a ser um recurso de muita valia. Estudos mostram que as preocupações são diferentes quando olhamos para as pacientes e para os seus parceiros. Enquanto as mulheres concentraram-se em problemas relacionados ao câncer e ao tratamento, as preocupações dos parceiros estão voltadas para o bem-estar de sua parceira.
A terapia ajuda a superar esses medos, reorganiza as relações e encoraja a mulher a aceitar-se depois de ter passado por esta experiência única. Um diagnóstico que choca, um tratamento que agride, mas que ao final deve tê-la deixado novamente saudável. Só que desta vez, mais forte.
O Hospital Albert Einstein dispõe de um Centro de Medicina Integrativa que oferece recursos, através de técnicas emocionais e corporais, com o objetivo de proporcionar momentos de relaxamento e bem estar, a fim de reduzir a ansiedade e o estresse, seja este emocional, físico ou mental. São intervenções que se concentram no alívio dos sintomas físicos e psicológicos, prevenção do surgimento de novos tumores, e redução do risco de recidiva.
O câncer não é uma jornada solitária. Estes serviços estão disponíveis porque muitos pacientes precisam deles. Portanto, se você ou alguém das suas relações passou por experiência semelhante, não tenha medo de falar com seu médico sobre o que você está sentindo. O apoio que você precisa pode fazer uma grande diferença em sua vida.
Quem faz Letra de Médico
Adilson Costa, dermatologista
Adriana Vilarinho, dermatologista
Ana Claudia Arantes, geriatra
Antonio Carlos do Nascimento, endocrinologista
Antônio Frasson, mastologista
Artur Timerman, infectologista
Arthur Cukiert, neurologista
Ben-Hur Ferraz Neto, cirurgião
Bernardo Garicochea, oncologista
Claudia Cozer Kalil, endocrinologista
Claudio Lottenberg, oftalmologista
Daniel Magnoni, nutrólogo
David Uip, infectologista
Edson Borges, especialista em reprodução assistida
Fernando Maluf, oncologista
Freddy Eliaschewitz, endocrinologista
Jardis Volpi, dermatologista
José Alexandre Crippa, psiquiatra
Ludhmila Hajjar, intensivista
Luiz Rohde, psiquiatra
Luiz Kowalski, oncologista
Marcus Vinicius Bolivar Malachias, cardiologista
Marianne Pinotti, ginecologista
Mauro Fisberg, pediatra
Miguel Srougi, urologista
Paulo Hoff, oncologista
Paulo Zogaib, medico do esporte
Raul Cutait, cirurgião
Roberto Kalil, cardiologista
Ronaldo Laranjeira, psiquiatra
Salmo Raskin, geneticista
Sergio Podgaec, ginecologista
Sergio Simon, oncologista