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Informação e análise

Lula tenta a sorte em aposta com Alckmin, PSB e PSD juntos

Sugestão para Alckmin ser o vice na chapa do PT pelo PSD de Gilberto Kassab, e não mais pelo PSB, muda o cenário das negociações

Por José Casado Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 20 dez 2021, 08h00

Lula e Geraldo Alckmin conversaram pouco no jantar de ontem, em São Paulo, promovido por advogados.

“Tenho que respeitar o Alckmin” — disse Lula num longo discurso. “Ele deixou o PSDB, ainda não tem partido filiado. Quem vai dizer se a gente pode se a gente pode se juntar, ou não, é o meu partido e o partido dele. Temos que ter paciência.”

Nas mesas fluíram conversas em torno de uma sugestão de Lula, em privado: Alckmin deveria mudar de rota, em vez de migrar para o PSB, como previsto, tomar o rumo do PSD.

O ex-governador de São Paulo, que acaba de completar meio século de experiência em batalhas eleitorais, ouviu e sorriu.

Alckmin lidera as pesquisas para o governo paulista. O arranjo com Lula, em tese, abriria caminho para seu amigo Marcio França se candidatar ao governo estadual, pelo PSB, com apoio do PT.

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A ideia de Alckmin escolher o PSD para ser vice de Lula muda o cenário.

Mostra a dificuldade do líder petista em aceitar acordo com o PSB — e, aparentemente, com qualquer outro partido — que deixe o PT fora da disputa pelo governo de São Paulo.

No PSB, que tem 30 deputados federais, prevalece o receio com a hegemonia petista na resistência à ideia de uma Federação de Esquerda, ou Federação de Lula, como alguns chamam.

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Expõe, também, a opção preferencial de Lula pelo PSD de Gilberto Kassab. Ele já havia convidado Alckmin para ser candidato, mas ao governo do Estado.

O partido de Kassab tem 35 deputados e 12 senadores, lançou um candidato à presidência, o senador mineiro Rodrigo Pacheco, e planeja candidaturas próprias aos governos de oito estados, entre eles São Paulo.

Semana passada, Kassab resumiu a VEJA como acompanha o balé de Lula com Alckmin: “Fica claro que o ex-presidente Lula está procurando a mesma saída que ele teve com José Alencar [em 2002], quando ele buscou em Minas Gerais uma figura que tinha uma posição de centro, um pouco mais liberal. Nessa aliança com José Alencar ele conseguiu tranquilizar o centro, tranquilizar em relação àquele discurso de ele iria chegar [ao governo] prendendo, arrombando, ampliando o Estado, deixando o empresariado sem apoio, o José Alencar foi, praticamente, o fiador daquele compromisso.”

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“Ele vai procurar esse perfil, não é?” — prosseguiu, na conversa com Clarissa Oliveira, de VEJA, André Basbaum, da Rede Bandeirantes, e Tainá Falcão, da CNN Brasil, no Amarelas On Air, programa de entrevistas de VEJA. “Eu não participo das conversas dele com Geraldo Alckmin, o que eu posso dizer é que o PSD de São Paulo procurou o Geraldo Alckmin dizendo que se ele fosse candidato, ou se for candidato a governador, ele teria ou terá o nosso apoio. E o Geraldo tem sido correto. E existe também, hoje, uma outra hipótese de trabalho, que ele, eventualmente, poderia ser vice [de Lula]. Eu tenho que respeitar.”

Acrescentou: “Virando o ano, nós vamos construir também alguma outra hipótese de trabalho em São Paulo, para que a gente possa ter uma candidatura. O PSD em São Paulo também terá candidatura própria a governador. É final de ano, vamos deixar passar as festas, daí sentir o pulso desse projeto do Alckmin. Ele não sendo mesmo candidato a governador nós vamos construir uma outra alternativa. (…) São duas pessoas muito experientes, que devem estar tomando muito cuidado nos passos que dão entre eles, para que não haja nenhum dissabor no futuro (…) A candidatura do Alckmin [ao governo estadual] é muito sólida, consolidada no segundo turno, posso afirmar que ele estará no segundo turno.”

A dez meses da eleição, Lula lidera as pesquisas com larga vantagem (quase trinta pontos percentuais), tem um partido estruturado e mobilizado para a disputa com o seu adversário preferencial, Jair Bolsonaro.

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Alckmin é líder no páreo de São Paulo, mas com vantagem menor (dez pontos), faz campanha praticamente sozinho por todo o Estado e está à procura de um partido. Depois do réveillon começa sua contagem regressiva.

Ainda em janeiro, Lula vai descobrir se ganhou na loteria e conseguiu atrair Alckmin, PSB e o PSD de Kassab, que precisaria desistir da candidatura de Rodrigo Pacheco, presidente do Senado. Ou então, se cometeu um erro tático no jantar de ontem, e vai precisar continuar a busca por um outro “José Alencar”.

Ontem, todos foram dormir com dupla certeza: o antibolsonarismo predomina em relação ao antipetismo e, paradoxalmente, criou um clima oposto ao que pretendia — tornou possível a conversa política civilizada sobre o futuro.

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