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José Casado

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Informação e análise

Adversários, Bolsonaro e Fernández se unem na autocomplacência

Presidentes do Brasil e da Argentina mal se conhecem, se detestam, enfrentam graves crises domésticas que criaram, e se alinham no hábito da autoindulgência

Por José Casado Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 16 set 2021, 15h32 - Publicado em 16 set 2021, 08h30

Eles mal se conhecem e se detestam. Jair Bolsonaro não gosta de Alberto Fernández, presidente da Argentina, que cultiva aversão a Bolsonaro. E demonstram em público.

Líderes das duas maiores economias da América do Sul, atravessaram nos últimos dois anos se esforçando para implodir a principal obra de cooperação entre os dois países, o Mercosul. Ainda não conseguiram, porque não sabem o que colocar no lugar.

Nos últimos 16 meses, Bolsonaro e Fernández lidaram com a pandemia de maneira diferente, e chegaram ao mesmo lugar, aos tropeços, com grande desgaste expresso nas elevadas taxas de desaprovação dos governados.

Agora, por razões e em níveis diferentes, estão hipnotizados por aflições econômicas comuns na alta inflação e desemprego, na corrosão da renda e expansão da pobreza, e no declínio da produção e do consumo. Bolsonaro tem um ônus extra, a condicionante energética.

Na última semana, também por trilhas diferentes, se perderam em graves crises políticas domésticas, que eles mesmos criaram.

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Bolsonaro vislumbrou o impeachment no confronto com o Judiciário, e se rendeu — o prazo de validade do recuo registrado por escrito é um enigma só desvendável com o tempo.

Fernández saiu das urnas, nas eleições primárias legislativas com voto obrigatório, dividindo com a vice Cristina Kirchner a maior derrota da história do peronismo. O fracasso rachou o governo e a sociedade política com a ex-presidente Kirchner.

Perderam no voto (31%) para a oposição liberal-conservadora (40%) liderada pelo ex-presidente Mauricio Macri  na maioria (75%) dos colégios eleitorais, incluindo Buenos Aires, onde se concentram quatro de cada dez eleitores argentinos. Acabaram despejados do controle eleitoral do interior, motor da histórica hegemonia peronista nas províncias agrícolas.

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“Algo não fizemos bem”, consolou-se Fernández diante dos boletins de apuração. “Quem nunca errou?”, amenizou Bolsonaro, ao comentar os motivos da sua carta de rendição política. “Às vezes, custa caro para a gente”, acrescentou.

Adversários na política, os presidentes do Brasil e da Argentina têm mais afinidades na vida do que são capazes de admitir. Entre elas está a autocomplacência.

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