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Jorge Pontes foi delegado da Polícia Federal e é formado pela FBI National Academy. Foi membro eleito do Comitê Executivo da Interpol em Lyon, França, e é co-autor do livro Crime.Gov - Quando Corrupção e Governo se Misturam.
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PEC busca operar infiltração no Ministério Público

Medida aumenta perigosamente a influência política sobre o MP, com o potencial para intimidação de promotores e procuradores da República

Por Jorge Pontes
Atualizado em 18 out 2021, 18h11 - Publicado em 18 out 2021, 18h10

Enquanto a sociedade brasileira, partida e desorientada pela polarização, se digladia nas redes sociais em defesa de seus pilantras de estimação, a nossa “elite política”, atuando com a formatação de uma organização criminosa institucionalizada – como já repetimos aqui inúmeras vezes -, aproveita esse clima de distração geral para não apenas reconquistar o terreno perdido pela Operação Lava Jato, mas, sobretudo, para avançar muito além do imaginável, na consolidação da impunidade crônica do nosso sistema.

Uma elite de políticos mal-intencionados que detêm o poder de propor, sem nenhum pudor, leis que os protegem e que intimidam profissionais da persecução penal, de elaborar normas que destinam verbas exclusivas para sua eternização como parlamentares, de influenciar de forma determinante na escolha dos juízes que os julgam e dos promotores que os denunciam, agora quer infiltrar, isso mesmo, infiltrar, prepostos dessa plataforma da delinquência institucionalizada no próprio Conselho Nacional do Ministério Público – CNMP.

A infiltração, que é um dos expedientes mais danosos – e arriscados – vem sendo historicamente utilizada pelas organizações criminosas tipo máfia, para minar internamente as resistências das estruturas que as enfrentam. Já a nossa delinquência institucionalizada deseja promover a mesma infiltração, institucionalmente, ou melhor, constitucionalmente, e sem riscos: a aprovação de uma Proposta de Emenda à Constituição – PEC 5/21, que altera a composição do Conselho Nacional do Ministério Público consubstancia-se em uma potencial “infiltração” maquiada de emenda na nossa Carta Magna.

A medida em questão aumenta perigosamente a influência política sobre o Ministério Público, com o potencial para intimidação de promotores e procuradores da República, e, consequentemente aprofunda as dificuldades do enfrentamento aos criminosos do andar de cima, mormente dos operadores dos esquemas de corrupção política, muitos deles detentores de foro privilegiado, que não por mera coincidência estão entre os que buscam a aprovação da PEC 5/21 a toque de caixa.

Finalmente, tudo indica que não precisamos mais de representantes nem de porta-vozes, mas sim de hostage negotiators, pois fomos oficialmente sequestrados por uma quadrilha de fraudadores, e nós, brasileiros, nos encontramos todos na irremediável condição de reféns dessa criminalidade oficial e institucionalizada.

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