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Por Piti Koshimura
Um olhar para o cotidiano da cidade olímpica
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Pegando onda no berço do surfe no Japão

Blog visitou Tsuyoshi Yamaguchi, um amante do mar e das ondas de Shonan, que produz vídeos divertidos em português sobre a cultura de seu país

Por Piti Koshimura
Atualizado em 26 jul 2021, 08h48 - Publicado em 25 jul 2021, 02h20

Aproveitando a estreia do surfe na história dos Jogos Olímpicos, fiz um bate-volta saindo de Tóquio para conversar com Tsuyoshi Yamaguchi, um amante do mar e das ondas. Conhecido no Instagram pelo perfil @ola_guti, o criador de conteúdo japonês produz vídeos divertidos em português sobre a cultura de seu país e também mostra seu dia a dia na região de Shonan, litoral da província de Kanagawa, onde mora há 3 anos.

A cerca de 50 quilômetros ao sudoeste de Tóquio, as praias de Shonan são conhecidas por serem o berço do surfe no Japão. Fotos da década de 30 em exposição no Surf Village, centro comunitário da praia de Kugenuma, mostram que pranchas retangulares de madeira, de cerca de 30cm x 60cm, eram usadas para pegar onda como no bodyboarding. As pranchas de surf nos moldes como conhecemos hoje teriam sido introduzidas pelos soldados norte-americanos nos anos 50, durante a ocupação dos Estados Unidos, após a Segunda Guerra Mundial.

Nascido na província de Kagawa, banhada pelo Mar Interior de Seto, na porção central do Japão, Tsuyoshi me conta que começou a surfar há cerca de 8 anos por influência de amigos. Depois da experiência de morar em cidades grandes sem litoral, como Osaka e Nagoya, ele chegou à conclusão de que estar perto do oceano faz toda a diferença. E acrescenta que a postura das pessoas que moram na praia é diferente do comportamento daquelas que vivem em cidades grandes. Perto do mar, acredita que as pessoas tendem a ser mais descontraídas, tranquilas, e diz sentir menos o julgamento alheio e as pressões da sociedade.

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Quando surfa, Tsuyoshi Yamaguchi se sente por cima das nuvens -
Quando surfa, Tsuyoshi Yamaguchi se sente por cima das nuvens – (Ellie Y./.)

Quando está na prancha, Tsuyoshi diz que é como se estivesse em cima das nuvens — se sente vivo. Sua relação com o mar, porém, não é de entrega total. Se chega na praia e sente algum sinal de perigo, ele não entra. Entende a agitação das ondas e do vento como um sinal para que seja prudente. A postura cautelosa se reflete também no trabalho em uma empresa japonesa de importação e exportação, onde monitora as condições do mar e do tempo para orientar rotas de navios. 

Com um trabalho e um hobby ligados ao mar e às condições atmosféricas, Tsuyoshi sabe com exatidão quando vai chover. Sua esposa Eliana, que nos acompanha na conversa e assina as fotos do post, confia nos palpites do marido e diz que nem olha a previsão do tempo.

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Tsuyoshi Yamaguchi observa o pôr do sol na praia de Kugenuma -
Tsuyoshi Yamaguchi observa o pôr do sol na praia de Kugenuma – (Ellie Y./.)

O criador de conteúdo conta que o surfe lhe trouxe um estilo de vida mais saudável. Enquanto seus amigos se reúnem para beber até tarde, o surfista prefere dormir cedo para pegar onda no dia seguinte durante o amanhecer, um de seus momentos preferidos para estar no mar, junto com o pôr do sol. Além da praia estar mais tranquila nesses momentos, curte deslizar sobre as águas que refletem o brilho do sol, em tons de amarelo, laranja, vermelho e rosa.

De quebra, se o céu estiver limpo, ele ganha ainda uma testemunha mais do que especial: o grandioso Monte Fuji. 

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Piti Koshimura mora em Tóquio, é autora do blog e podcast Peach no Japão e curadora da Momonoki, plataforma de cursos sobre o universo japonês. Amante de arquitetura e exploradora de becos escondidos, encontra suas inspirações nos elementos mundanos. (@peachnojapao | @momonoki_jp)

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