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‘The Politician’ volta tão afiada quanto na primeira temporada

A série, de Ryan Murphy, agora segue o ambicioso Payton Hobart em nova eleição e sugere: ele é um sonho com o qual não custa sonhar

Por Isabela Boscov Atualizado em 22 jul 2020, 15h21 - Publicado em 26 jun 2020, 06h00

Na primeira e formidável temporada de The Politician, um episódio se destacava: o de número 5, em que os candidatos à presidência do grêmio escolar cortejavam freneticamente um aluno que, segundo suas pesquisas, seria o eleitor capaz de decidir a eleição — mas que, de tão apático, nem notava o assédio e seguia crente de que nem seu voto nem a vitória deste ou daquele grupo importavam. Agora, na segunda temporada da série da Netflix criada pelo todo-­poderoso Ryan Murphy, de novo o quinto episódio é dedicado a essa criatura cobiçada e detestada pelos políticos. Desta vez, tem-se duas eleitoras conscientes — uma mãe e uma filha incapazes de concordar sobre os méritos e deméritos dos respectivos candidatos ao Senado estadual de Nova York — a veterana Dede Standish (Judith Light), preferida da mãe pelas batalhas em favor da educação e das mulheres, e Payton Hobart (Ben Platt), escolhido da filha pela plataforma ambientalista, que parece capaz de operar um milagre: atrair os jovens às urnas.

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Mãe e filha brigam; saem de casa para militar cada uma em sua frente; por acaso, ambas têm ocasião de examinar seus candidatos de perto. Ouvindo Dede e sua gerente de campanha, Hadassah Gold (Bette Midler), arengar sobre o adversário, queixar-­se da obsessão ecológica dos jovens e concluir que eles não têm de se meter na política, a mãe se decepciona. Interrogando Payton acerca do indisfarçável oportunismo de sua bandeira ambiental, a filha ganha uma resposta franca, em que ele admite a demagogia mas explica a medida em que ela é necessária. Payton, um dos pleiteantes ao grêmio na primeira temporada, é agora um rapaz de 20 e poucos anos que permanece firme na ambição de, um dia, vir a ser presidente dos Estados Unidos. Os anos que se passaram não alteraram sua percepção a respeito de si mesmo — de que, embora não seja uma boa pessoa, ele quer fazer coisas boas. Ao contrário, sua angústia com os dilemas éticos e morais da carreira só se aguçou. E é isso, argumenta Murphy, que faz dele um ingrediente necessário — ou indispensável — a uma nação.

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Colorida, divertida, rápida e inteligente, e cheia de tiradas deliciosas como a campanha da mãe de Payton (Gwyneth Paltrow) ao governo da Califórnia, The Politician é Murphy no seu elemento — otimista como em Glee, desassombrado como em American Crime Story e, felizmente, muito mais atento ao real e ao possível que na recente Hollywood. Acima de tudo, a série traz o criador e roteirista advogando de maneira lúcida. Ao mesmo tempo que puxa a orelha dos millennials por suas certezas absolutas e pela teimosia em ignorar (ou condenar) tudo e todos que precedem sua existência, Murphy reconhece que sua geração — ele está com 54 anos —avançou em algumas lutas mas cegou-se de maneira crassa a questões da maior relevância. Assim, o Payton maravilhosamente interpretado por Ben Platt é um sonho com o qual não custa sonhar: um pragmático que abre espaço para ideais, um millennial que a-do-ra politicar e entende que a demonização da política é o caminho mais curto para a ascensão de aventureiros, um demagogo que acredita em ser sincero e um homem que vê seus defeitos e tenta não escondê-los de si mesmo, ainda que os esconda de outros. Ele é, enfim, aquilo de que o presente mais parece carecer: uma possibilidade de futuro.

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Publicado em VEJA de 1 de julho de 2020, edição nº 2693

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