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Isabela Boscov

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No seu streaming: jura que você nunca viu… “O Tigre e o Dragão”?

Como o diretor Ang Lee conquistou a plateia ocidental com um assombroso filme de artes marciais

Por Isabela Boscov 28 ago 2019, 17h14 •
  • No Festival de Cannes de 2000, ele fez a plateia sair daquele torpor induzido por dezenas de sessões de cinema enfileiradas e romper em aplausos durante a projeção. Na Inglaterra, tornou-se o filme estrangeiro mais visto até ali e, nos Estados Unidos, dobrou a quase indobrável resistência do público às legendas. O objeto de todo esse entusiasmo, curiosamente, era um filme de artes marciais, com lutas de espadas, combates de kung fu e heróis de coração impoluto. Seja qual for o tamanho da sua desconfiança com o gênero, ela é demolida na marca dos vinte minutos, quando a guerreira Shu Lien (Michelle Yeoh) e um ladrão misterioso se enfrentam sobre os telhados de um palácio. A dupla galga colunas, desfere golpes de complexidade hipnótica e, literalmente, voa. É impossível – e arrebatador.

    O Tigre e o Dragão
    (Sony/Divulgação)

    Até fazer O Tigre e o Dragão (que está disponível em várias plataformas de streaming – veja lá embaixo), o diretor Ang Lee, taiwanês de nascimento, era conhecido por comédias delicadas como O Banquete de Casamento e por dramas 100% ocidentais, como Razão e Sensibilidade. “Não tem jeito: para sentir-se completo, todo cineasta chinês tem de fazer um filme de artes marciais”, explicou Lee, que desde 1978 radicou-se em Nova York mas nunca esqueceu o deleite das aventuras a que assistia na infância. Seu filme funde o tom épico do wu xia, nome chinês para as histórias heróicas que surgiram no limiar do cinema chinês, às suas ramificações mais recentes, popularizadas por astros como Bruce Lee e Jackie Chan, em que o realismo dos combates é crucial. Ang Lee, porém, acrescentou seu próprio tempero à mistura – a começar pela exaltação das personagens femininas. É delas a honra de protagonizar as lutas mais empolgantes do enredo passado no século 19, quando o guerreiro Li Mu Bai (Chow Yun-Fat) decide aposentar sua espada e confiá-la à amiga Shu Lien. A arma, porém, é roubada. Tudo indica que o gatuno é Jen Yu, uma jovem aristocrática e voluntariosa, que sonha em escapar de um casamento arranjado e viver também ela como guerreira. Jen Yu (interpretada com carisma assombroso pela então novata Zhang Ziyi) já superou em muito as habilidades de sua mestra, a malfeitora Jade Fox (Cheng Pei-Pei, veterana estrela dos filmes de kung fu), mas não sabe se deve empregar seu talento para o bem ou para o mal. Torna-se alvo de disputa, portanto, de vilões e mocinhos.

    O Tigre e o Dragão
    (Sony/Divulgação)

    São temas típicos da cultura popular chinesa – especialmente daquela que, depois da revolução comunista de 1949, se propagou entre os moradores de Taiwan e Hong Kong, nostálgicos de seus laços com o país de origem. Por isso, os filmes de wu xia se passam, em sua maioria, numa China de fábula. O Tigre e o Dragão não é exceção. Suas cores esmaecidas lembram as de uma antiga aquarela, enquanto a equipe e o elenco refletem a multiplicidade das populações de origem chinesa. Lee vem de Taiwan. Chow Yun-Fat e o coreógrafo Yuen Woo-Ping (o mesmo de Matrix) são verdadeiras lendas em Hong Kong. Michelle Yeoh nasceu na Malásia, enquanto Zhang Ziyi é de Pequim. Até as filmagens, eles mal se entendiam, já que falam dialetos diferentes. O diretor, porém, obrigou alguns de seus atores a enfrentar até três horas diárias de aulas durante meses para dominar o mandarim, em acréscimo ao treinamento exaustivo de artes marciais.

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    O Tigre e o Dragão
    (Sony/Divulgação)

    O resultado é que tornaram-se antológicas cenas como aquela em que a jovem Jen Yu elimina, sozinha, duas dezenas de homens que a desafiam numa taverna, ou o duelo lírico travado entre a moça e o mestre Li Mu Bai sobre as copas de uma floresta de bambus. Mas o sucesso de O Tigre e o Dragão não veio só do apuro visual e das seqüências de lutas; Ang Lee garantiu que a história e os personagens fossem robustos e envolventes. Nem todo filme de artes marciais é entretenimento inconseqüente, enfim. No caso de O Tigre e o Dragão, pode ser até uma verdadeira revelação.


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    Trailer

    O TIGRE E O DRAGÃO
    (Crouching Tiger, Hidden Dragon)
    China/Hong Kong/Taiwan/Estados Unidos, 2000
    Direção: Ang Lee
    Com Zhang Ziyi, Chow Yun-Fat, Michelle Yeoh, Chang Chen, Gao Xian, Cheng Pei-Pei, Huang Su Ying
    Onde: GloboPlay, Claro Video, Looke, NOW, Paramount Mais
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    TAGS:

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