Assine VEJA por R$2,00/semana
Imagem Blog

Isabela Boscov Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO

Por Coluna
Está sendo lançado, saiu faz tempo? É clássico, é curiosidade? Tanto faz: se passa em alguma tela, está valendo comentar. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
Continua após publicidade

Horizonte Profundo: Desastre no Golfo

Cuidadoso nos detalhes e eficiente na ação, filme tira entretenimento tenso de um desastre real

Por Isabela Boscov Atualizado em 12 jan 2017, 17h21 - Publicado em 14 nov 2016, 17h55

Sempre que alguém faz um desses rankings das profissões mais arriscadas do mundo, a de operário de plataforma marítima de petróleo aparece lá no alto da lista – e, assistindo a Horizonte Profundo, entendi por quê. Aliás, entendi direitinho por quê: como sofro da síndrome da primeira fileira, nada me deixa mais feliz do que um filme que me dá uma boa aula, com propriedade e conhecimento, sobre algo que eu não sabia. Se na segunda metade esse filme tem ainda ação honesta e bem-feita, com tensão e realismo, ora, aí o programa fica completo mesmo.

divulgação

A Deepwater Horizon é aquela plataforma de prospecção (a que procura uma reserva de petróleo e prepara o poço para a chegada da plataforma de exploração) da British Petroleum – ou BP – que explodiu em abril de 2010 no Golfo do México, ao largo da costa da Louisiana, deixando onze mortos e provocando o maior vazamento de óleo cru da história americana, que demorou cinco meses inteiros para ser contido. Toda plataforma marítima é um perigo potencial, e por isso os protocolos de segurança têm de ser obedecidos religiosamente. A tese que o diretor Peter Berg expõe muito bem em Horizonte Profundo é que este é um desastre que não precisava ter ocorrido; não foi fruto do azar ou de fatores imponderáveis, mas de negligência, pressa e ganância.

divulgação

A esses pecados corporativos, o filme contrapõe as virtudes proletárias de Mike Williams (Mark Wahlberg): pai de família bem casado e responsável, Mike é o engenheiro de manutenção elétrica da Deepwater e, junto com seu chefe, interpretado por Kurt Russell, mais colegas como a operadora de navegação Andrea Fleytas (Gina Rodriguez, de Jane the Virgin, a atriz latina do momento), tenta nadar contra a onda de descaso dos executivos da BP que estão comandando a operação. A Deepwater está em más condições de conservação, a perfuração foi apressada e, para não estourar o cronograma, os executivos insistem que a plataforma seja removida antes que se concluam todos os testes de selagem do poço. Os técnicos e operários estão unanimemente ressabiados e temerosos. São eles que conhecem o dia a dia do trabalho, e os instintos de todos estão em alerta laranja; há algo que lhes parece anormal no comportamento do poço, mas os testes emergenciais que os autorizam a fazer não são conclusivos. Eles defendem que, na dúvida, todos os procedimentos sejam cumpridos como manda a cartilha. A BP, ao contrário, decide que parar por causa de uma dúvida é frescura, e manda a remoção seguir adiante. Bum.

Continua após a publicidade

divulgação

Para entender como aos poucos começou-se a perceber a dimensão do desastre, as razões pelas quais ele aconteceu e as consequências terríveis que deixou, recomendo o episódio inaugural da primeira temporada de The Newsroom. É bárbaro. Já para compreender a mecânica da catástrofe e sentir o horror que o pessoal a bordo da Deepwater enfrentou, o filme de Peter Berg é nota dez. Da apresentação da situação à maneira como controla o ritmo e o cuidado com que filma, atento à veracidade dos detalhes, Berg dá uma pequena aula não só sobre plataformas marítimas, mas também sobre como fazer um bom filme de entretenimento a partir de um desastre sem desrespeito nem apelo ao sensacionalismo.


Trailer

HORIZONTE PROFUNDO: DESASTRE NO GOLFO
(Deepwater Horizon)
Estados Unidos/Hong Kong, 2016
Direção: Peter Berg
Com Mark Wahlberg, Kurt Russell, John Malkovich, Gina Rodriguez, Kate Hudson, Dylan O’Brien, Ethan Suplee, Stella Allen
Distribuição: Paris Filmes
Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.