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Por Coluna
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A Viatura

Por Isabela Boscov Atualizado em 30 jul 2020, 23h48 - Publicado em 22 dez 2015, 16h46

E no meio do caminho havia o Kevin Bacon.

Lá vão os dois garotos, de 10 anos de idade, andando sozinhos por um campo aberto, as montanhas ao fundo, um céu azul enorme sobre a cabeça deles: Travis (James Freedson-Jackson), o mais atirado, vai dizendo palavrões que Harrison (Hays Wellford), o mais tímido, tem de repetir. Os dois acabaram de fugir de casa, porque é isso que os meninos têm de fazer de vez em quando: viver uma aventura.

Travis e Harrison têm um pedaço de carne seca para dividir e nenhuma noção de perigo ou de consequência. Tanto que, quando topam com uma viatura policial largada numa ravina, sem ninguém por perto, os dois vão de desafio em desafio se aproximando dela (“aposto que você não tem coragem de…”). Em questão de minutos já estão dentro do carro – e dando a partida, e saindo com ele pelo mato, e então caindo na estrada. A viatura, porém, tem dono: o xerife Kretzer (Kevin Bacon), que estava ali atrás das árvores, cuidando de um probleminha, enquanto os meninos se fascinavam com o brinquedo novo. Kretzer quer seu carro de volta. Quer muito. E como quer.

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A Viatura, que está disponível no NOW e também saindo em DVD pela Universal, é o que se costuma chamar de um exercício de estilo: o objetivo primordial do diretor Jon Watts, neste seu segundo longa (eu não vi o primeiro, The Clown; preciso conferi-lo), é trabalhar as convenções do suspense de perseguição – isso inclui repisá-las, e daí esticá-las, e às vezes dar um nó nelas para surpreender o espectador. Em geral, esse é o tipo de brincadeira que se faz melhor com poucos elementos e baixo orçamento, e A Viatura confirma a regra. Tudo, aqui, está na lógica de como filmar: 1) começando de longe, com os personagens numa paisagem aberta, movendo-se vagarosamente por ela; 2) chegando perto deles, enquanto eles travam conhecimento com o objeto central da história; 3) grudando neles, e acelerando cada vez mais o deslocamento a partir do momento em que personagens e objeto associam-se definitivamente; 4) parando abruptamente para o desenlace, que é uma variação complexa da situação #2.

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No meio disso, claro, há os “desvios de rota” para os outros personagens que fazem parte da história: o xerife, uma mulher (Camryn Manheim) que cruza com os dois garotos dirigindo loucamente pela estrada, o sujeito (Shea Whigham) que é parte do problema que o xerife estava resolvendo quando ficou sem viatura. Mas, pouco a pouco, também eles vão se integrar geograficamente ao objeto central – os dois meninos na viatura. A arquitetura e a trajetória do enredo são impecáveis. E, como também é essencial em um filme assim tão esparso, os cinco atores são, sem exceção, perfeitos para esses papeis escritos de forma mínima. Mas garanto que nenhum deles se divirte tanto quanto Kevin Bacon, com seu bigode de escovinha e suas artimanhas de homem da lei sem escrúpulos mas cheio de aflição.

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P.S.: Se esse tipo de filme é a sua praia, duas outras ótimas pedidas são Breakdown – Perseguição Implacável (Breakdown, 1997), com Kurt Russell, e Perseguição (Joy Ride, 2001), com LeeLee Sobieski, Steven Zahn e Paul Walker. Sem falar, claro, na obra-prima do gênero, o Encurralado (Duel, 1971) de Steven Spielberg.


Trailer

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A VIATURA

(Cop Car)
Estados Unidos, 2015
Direção: Jon Watts
Com Kevin Bacon, Hays Wellford, James Freedson-Jackson, Shea Whigham, Camryn Manheim

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