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Por Coluna
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“A Odisseia”: como Jacques virou Cousteau

Filme convencional, mas agradável – e com visual lindo – conta a trajetória do homem que se tornou sinônimo de aventura submarina

Por Isabela Boscov Atualizado em 22 mar 2018, 17h38 - Publicado em 22 mar 2018, 17h37

Como venho do tempo pré-tudo, em que a gente ia a pé comprar a pizza (não existia delivery, nem em sonho) e na volta assistia ao Fantástico porque era rigorosamente a única coisa que acontecia no domingo à noite, tenho memórias vivas do resultado da loteria com o matemático Oswald de Souza e sua zebrinha e, principalmente, do segmento obrigatório com as aventuras submarinas de Jacques Cousteau, que cruzava os mares a bordo de seu navio/estação de pesquisa Calypso. Na minha lembrança, Cousteau foi sempre um velhinho magrinho de nariz hidrodinâmico, vestido com camisa azul e gorro vermelho de marinheiro. A Odisseia, que entrou em cartaz por aqui esta semana, me informou que não, essa imagem corresponde já à fase avançada da carreira do ex-piloto de avião e ex-oficial naval que, ao fim da II Guerra Mundial, enxergou na sua paixão pelo mergulho a oportunidade de uma guinada profissional tremenda. A essa altura, Cousteau, que tinha uma formação científica sólida, já inventara em parceria com o amigo Philippe Tailliez o aqualung – o conjunto de máscara e tanque de oxigênio que, pela primeira vez, permitiu fazer mergulhos prolongados com agilidade e liberdade (antes, o mergulhador tinha de descer num escafandro pesadão que limitava seus movimentos, e ser alimentado de oxigênio a partir de um tubo ligado a uma embarcação, o que restringia a sua área de ação). Cousteau estava então morando num casarão pé-na-areia na costa francesa com a mulher, Simone, e os dois filhos pequenos, todos também apaixonados pelo mar. A coisa, assim, começou como uma aventura em família.

A Odisseia
(Esfera/Divulgação)

Lambert Wilson, de Matrix e Homens e Deuses, interpreta Cousteau daí até os 70 anos (ele morreu em 1997, aos 87 anos) com a energia e o empreendedorismo quase irritantes com que ele se converteu em pioneiro, em marca registrada e, para a minha geração e as outras ao redor dela, em sinônimo e equivalente de exploração submarina. Mas A Odisseia conta também que Cousteau tinha um ego transatlântico, era tão bom em ganhar dinheiro quanto em perdê-lo, tão curioso pelo mar quanto pragmático no uso para seus próprios fins do que ele poderia render, e nem sempre avesso a tomar um ou outro atalho ético. Era também mulherengo até dizer chega (embora Simone, interpretada por Audrey Tautou, em geral fingisse não ver), e tinha uma relação casual, quase indiferente com o filho mais velho, Jean-Michel (Benjamin Lavernhe), e muito tumultuada com o filho predileto, o caçula Philippe (Pierre Niney, de Frantz). Mas o filme lembra também que é impossível calcular o quanto Cousteau fez pelos oceanos ao levar seus mergulhos/enredos para o cinema e, depois, com imenso sucesso, para a televisão. Ninguém pode apreciar aquilo que não conhece, e ninguém cuida do que não aprecia. A narrativa do diretor Jérôme Salle é convencional, mas agradável. E o visual é lindo, lindo, lindo.


Trailer

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A ODISSEIA
(L’Odyssée)
França/Bélgica, 2016
Direção: Jérôme Salle
Com Lambert Wilson, Audrey Tautou, Pierre Niney, Benjamin Lavernhe, Vincent Heneine
Distribuição: Esfera

 

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