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Felipe Moura Brasil

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Análises irreverentes dos fatos essenciais de política e cultura no Brasil e no resto do mundo, com base na regra de Lima Barreto: "Troça e simplesmente troça, para que tudo caia pelo ridículo".
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Soneto do estudante sério & Sonetinho a três

Por Felipe Moura Brasil Atualizado em 31 jul 2020, 04h04 - Publicado em 10 abr 2014, 23h47

Após um dia de reuniões que me impediram a prosa, resta-me sacar os versos da manga, o que faço com muito gosto.

I.

Soneto do estudante sério
(Felipe Moura Brasil)

Para Olavo de Carvalho *

E agora que eu li tanto, tantas obras
De autores tão malditos, quanto pude

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Receio não haver nem mesmo sobras
Das minhas vis paixões de juventude.

Quão falso era meu mundo, e amiúde
Com quanta prontidão lhe fiz as dobras
Na ânsia de manter minha atitude

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Imune a todo tipo de manobras.

Fui tolo, como assim o é quem pensa
Não ser manipulado pela imprensa
Em todas as questões da vida humana.

Ninguém recebe alta desse hospício

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Sem auto-humilhação, sem sacrifício
De sua cabecinha provinciana.

[* OBS: Olavo de Carvalho leu e comentou este soneto em seu programa True Outspeak de 20 de junho de 2012 – dos 4min35 aos 9min55 – e mencionou-o novamente na edição de 26 de setembro de 2012 – aos 27min, meses antes de ser apresentado ao meu projeto original do nosso best seller “O mínimo que você precisa saber para não ser um idiota“.]

II.

Sonetinho a três
(Felipe Moura Brasil)

Quando o escritor em mim se recupera

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Da análise de temas atuais,
É o poeta que em vão se desespera
Como se dele eu nem lembrasse mais.

Poucas coisas lhe são tão infernais
Quanto a prosa que logo se apodera

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Das paixões e questões sentimentais
Por cujo monopólio ele se esmera.

Despreza no analista a mira estreita;
No escritor, a extensão e a voz afeita
Muito mais à razão que aos sentimentos.

“É poeta, pudera! Tem rancores!”,
Justificam em verso os prosadores
No tumulto mental dos meus talentos.

Felipe Moura Brasil – https://www.veja.com/felipemourabrasil

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